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O vice-governador e secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, insistiu nesta quarta-feira, mesmo depois do Ministério da Agricultura ter declarado existir um foco de aftosa no estado, que não há comprovação do vírus da aftosa no Paraná. A declaração foi dada em uma entrevista ao vivo para o ParanáTV, no intervalo de uma reunião do Conselho da Agricultura do estado.

"Não houve isolamento e identificação do vírus e a situação atual é a mesma do dia 21 de outubro, quando tínhamos sintomas, sorologia positiva e vínculo de origem por serem animais vindos de região com foco, mas sem comprovação que existe a doença", afirmou Pessuti. Ele disse que o estado ainda não foi informado oficialmente da situaçao, mas que manterá as barreiras sanitárias. No entanto negou que haverá abate de animais, como quer o ministério.

O secretário fez questão de afirmar que a situação no estado é a mesma de há dois meses, quando houve a suspeita de foco de aftosa no Paraná, mais precisamente no dia 21 de outubro. Segundo ele, se algo mudou foi para melhor pois foram enviadas mais de mil amostras para análises e de todos os laudos, nenhum comprovou a febre aftosa no Paraná. "A decisão do ministério foi precipitada. Se naquela época (outubro), havia apenas a suspeita, se nada mudou, por que declarar agora que existe o foco?", perguntou o vice-governador.

O Paraná vai contestar a decisão do ministério, segundo Pessuti, pelas vias diplomáticas, administrativas e até mesmo judiciais. Ele afirma que o ministério poderia ter esperado mais dez dias para o resultado definitivo dos exames, mas acredita que existam muitas pressões para declarar o Paraná como área de foco de aftosa.

Uma dessas pressões seria uma reunião do comitê técnico agropecuária da União Européia, que acontece nesta quinta-feira e deverá analisar a situação da carne brasileira. Com a declaração do Paraná como área de foco de aftosa, restringe-se a área e apresenta-se um resultado de trabalho para os europeus. A pressão seria também do setor exportador de carnes do país.

O infectologista Amauri Alfieri, da Universidade Estadual de Londrina (UEL)também ouvido ao vivo pelo ParanáTV, afirma que seria difícil para o ministério explicar aos europeus porque, depois de dois meses, ainda não saiu um diagnóstico preciso sobre se existe ou não a doença no estado. Daí ter preferido optar pela existência do foco.

Alfieri concorda com o secretário da Agricultura do Paraná de que não há comprovação da febre afotsa no estado. Ele explica que a sorologia positiva pode indicar que o animal teve contato com o vírus no passado, mas não significa que seja portador da doença.

O infectologista, no entanto, admite que há uma incidência muito alta de animais reagentes aos exames sorológicos na propriedade de São Sebastião da Amoreira, na região de Londrina. Enquanto nas outras propriedades sob suspeita o índice era de 0,5%, nesta ele subiu para 22%. Até por isso, para tirar a dúvida, ele afirma que teriam que ter sido feitos exames completos para confirmar ou afastar a possibilidade de foco da doença. Exames complmentares demorariam dez dias para serem concluídos.

A reunião do Conselho da Agricultura do Paraná continua durante a tarde.

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