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Hoje, dedico a coluna a uma profissional especial, com quem tive a oportunidade de trabalhar, conviver e aprender. A história dela pode ser seguida à risca por todos aqueles que acreditam que a superação dos desafios é possível quando se tem força de vontade.

De família muito humilde, Carla foi criada pelos avós e, na adolescência, passou a viver com a mãe. Nunca recebeu apoio emocional ou financeiro do pai, que se afastou da família quando Carla ainda era um bebê. A moça teve uma vida difícil e desde cedo precisou colaborar com o orçamento familiar.

A certa altura, Carla conquistou um emprego de telefonista, em uma empresa de médio porte, onde sua simpatia e organização iriam lhe garantir, mais tarde, o posto de recepcionista. Após esse importante passo, a jovem, autodidata e curiosa por natureza, logo passou a se interessar pela área de informática. Em função desse interesse, transmitiu a seus superiores a intenção de migrar de departamento. Para isso, dedicou-se ainda mais aos estudos e aprendeu tudo o que precisava para estrear na nova função. Assim, com o voto de confiança da empresa, Carla mudou de cargo mais uma vez.

Algum tempo depois, a profissional, com muito esforço, conseguiu iniciar uma faculdade de Administração. Ela tinha em mente que, para crescer naquela organização, e na vida, precisaria desenvolver outras habilidades técnicas e adquirir mais conhecimento. Traçou, então, um plano para sua carreira. Decidiu que iria aprender e assimilar todos os ensinamentos que estivessem ao seu alcance e que faria de seu local de trabalho sua segunda escola.

Ao finalizar a faculdade, Carla sentiu-se recompensada, não só por ter sido a única em sua família a concluir um curso superior, mas por ter definido a área na qual gostaria de atuar: a de Marketing. Ela havia descoberto, com a vivência na empresa e com o apoio dos colegas de trabalho, que poderia ascender não só profissionalmente, mas socialmente.

Então, munida de vontade e otimismo, a funcionária comunicou novamente suas intenções profissionais ao grupo. Porém, dessa vez a oportunidade não lhe foi dada facilmente. Carla precisou comprovar, na prática, que poderia ser eficaz em um cargo de maior responsabilidade e pressão. Durante o processo de treinamento, a profissional se expôs a ponto de colocar em risco sua vaga, já garantida, e seu salário tão necessário. No entanto, ela sabia que jamais seria feliz se não arriscasse, se não investisse em seus sonhos.

Dali para a frente, a jovem precisou estudar ainda mais, dedicar-se em dobro para superar suas dificuldades e limitações. Com muita determinação, Carla conseguiu, por fim, o cargo almejado, de analista de Marketing. Na nova posição, ela pôde colocar em prática diversos projetos importantes, que a estimularam e a desafiaram intelectualmente. Além disso, conheceu muitas pessoas e fez inúmeros amigos. Expandiu, ainda mais, seus horizontes e percebeu, com clareza, quando chegou ao final do ciclo de aprendizado.

Após anos de "casa", Carla decidiu investir em seu próprio negócio: uma empresa de produtos artesanais. Comunicou sua saída com pesar, pois reconhecia a parcela de incentivo que aquela organização lhe havia dado. Ademais, sentia-se parte da "família" de colaboradores e gostava, genuinamente, de todos com quem trabalhava. Mesmo assim, sabia que deveria alçar vôos maiores e permitir que outros ocupassem seu lugar, dando oportunidade aos novos talentos.

A empresa, por sua vez, sentiu a perda da profissional, mas incentivou-a a continuar sua trajetória, pois tinha a consciência de que, durante todo o tempo de convivência, houve uma troca justa e produtiva para ambas as partes. Todos ganharam, aprenderam, dedicaram-se e cumpriram seus objetivos. Hoje, Carla fornece artigos para a firma para a qual trabalhava e mantém com ela uma relação de parceria, amizade e respeito.

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Não é fácil encontrar casos em que empregado e empregador saiam satisfeitos com o término de uma relação profissional. Há sempre um vestígio de mágoa, uma sensação de ingratidão pairando no ar. Porém, o rompimento de um vínculo empregatício não pressupõe o final da credibilidade e do respeito conquistados durante o trabalho em conjunto. É preciso ter maturidade para perceber que a ligação entre as pessoas e as empresas não é eterna, nem imutável. O caminho percorrido por organizações e indivíduos engloba diversas fases, pelas quais passarão diversos empregados e empregos. Por isso, deve-se preservar a cordialidade ao término de cada ciclo, em respeito ao período de troca e de parceria anterior.

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SAIBA MAIS...

Pelo cacau baiano

A Kraft Foods, indústria do setor alimentício, apóia desde novembro de 2003 a ONG Care Brasil no projeto "Pequenos Produtores de Cacau do Sul da Bahia". O programa ensina tais produtores a melhorar o rendimento da área plantada e a combater pragas que atingem essa cultura. Com essa iniciativa, no ano passado uma das comunidades atendidas, por exemplo, obteve um aumento de cerca de 150% na produção do fruto em relação a 2003.

A Kraft já doou mais de US$ 120 mil ao projeto (US$ 45 mil somente este ano), que foram aplicados no desenvolvimento de novas técnicas de plantio do cacau e na realização de cursos sobre direito, cidadania, cultura e educação para as mais de 300 famílias envolvidas com o "Pequenos Produtores...". A empresa também incentiva a montagem e manutenção de criatórios de animais de porte reduzido e de outras culturas agrícolas em aldeias indígenas e de pequenas fazendas de peixe nas comunidades de pescadores e marisqueiros daquela região do Estado.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986

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