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Desarmamento

Pesquisa do governo do Rio conclui que armas legais abastecem criminosos

Dados da Secretaria de Segurança Pública obtidos do banco de dados das 85 delegacias legais do Estado do Rio mostram que as armas que pertenceram a pessoas sem antecedentes criminais abastacem o crime no estado. O estudo inédito revelou que, nos casos de homicídios, 39% das armas usadas eram registradas, 42% procedentes de contrabando e 19% sem qualquer registro.

Em relação ao crime de latrocínio (roubo seguido de morte), se verificou que 50% dos casos foram cometidos com armas registradas, 35% com armamento contrabandeado e 15% por meio de armas sem registro.

De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), os dados das delegacias legais representam 85% de todo o volume de ocorrências no estado. O estudo feito pelo Programa Delegacia Legal, sob o acompanhamento de profissionais do Instituto Superior de Estudos Religiosos (ISER), foi divulgado nesta segunda-feira pela governadora Rosinha Matheus, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, e a presidente do ISP, Ana Paula Miranda.

A pesquisa identificou a existência de 102.218 armas relacionadas a crimes registrados em delegacias legais. Após excluir as que estavam em três categorias - as que não tinham nenhuma anotação sequer, as registradas como furtadas ou roubadas e as usadas por policiais em serviço e apreendidas para exames de balística - , restou um total de 86.849 armas apreendidas.

Como parte expressiva das armas com registro ou sem registro foi usada em vários tipos de crime, a governadora decidiu anunciar que vai votar pelo "Sim" no referendo que vai decidir sobre a proibição do comércio de armas no Brasil.

- As armas vêm, muitas vezes, das mãos de homens de bem, homens que querem ter uma arma em casa achando que estão se defendendo. Mas, na verdade, essas armas estão parando nas mãos dos bandidos - afirmou a governadora.

A análise de mais de 86 mil armas foi feita recorrendo-se às informações que constam dos bancos de dados da Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE) da Polícia Civil e do Sistema Nacional de Armas (SINARM).

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