Os sócios Ari Jacobs e Cristiano Réboli demoraram sete anos para adotar um plano de negócios para o escritório de arquitetura do qual são donos. Colegas de faculdade, eles iniciaram a sociedade em 2000, sem qualquer tipo de plano de ação ou pesquisa sobre o mercado em que atuariam. A necessidade de planejamento só apareceu em 2007, quando a dupla começou a atuar no Panamá, aproveitando o bom momento econômico vivido pelo país à época, e a expansão dos negócios ameaçava fugir do controle.
"No começo éramos inexperientes e agíamos como autônomos. A própria faculdade não nos deu essa visão (de planejamento) e só detectamos essa necessidade com o tempo", explica Cristiano Moro Réboli. O escritório, a RMJ Arquitetura, acabou ganhando mais um sócio, o também colega de faculdade Maurício Martins, e hoje a empresa conta com planejamento financeiro e operacional, definição de metas e estratégias de ação. Segundo os sócios, o resultado foi visível. Eles conquistaram novos clientes, contrataram mais funcionários e também faturam mais.
Fundamental para determinar a viabilidade de uma empresa, o plano de negócio deve oferecer a resposta a uma pergunta indispensável do empresário: "Vale a pena abrir ou ampliar o meu negócio?". Essencialmente, o plano busca informações sobre o mercado em que vai atuar: produtos e serviços a serem oferecidos, clientes em potencial, fornecedores, concorrentes e localização da empresa, por exemplo. A partir desses dados, o empreendedor cria um plano com os objetivos e metas do negócio, evitando possíveis imprevistos que podem surgir pelo caminho.
Para o consultor de empresas, Claudiney Fullmam, autor do livro O Trabalho Mais Resultado Com Menos Esforço/Custo, da Editora Educator, empresas que não planejam suas ações só dão certo por sorte a maioria acaba encerrando suas atividades antes de completar o primeiro ano de atividade. "Empresas sem planos podem pode até dar certo, mas isso se deve à sorte e não à competência. Vira um jogo de apostas, onde o empreendedor não sabe se ganhará", destaca Fullmam.
Fullman diz que o hábito de não planejar é uma característica comum entre os empresários brasileiros. Segundo ele, o empreendedor nacional está acostumado a ir ajeitando as coisas com o tempo. O problema nesses casos, diz ele, é que as empresas não vislumbram cenários possíveis e, por isso, não se preparam para eventuais riscos ou perdas. "O empresário vai abrindo o caminho à medida que caminha, o que é um erro. Para operar no mercado atual, altamente competitivo, necessita-se de um pensamento estratégico: como vou me safar dos obstáculos e dificuldades que aparecerão? Por isso é essencial planejar as consequências, todas elas", afirma o consultor.
Máximas do Empreendedor
Quem vai abrir seu próprio negócio precisa estar atento a alguns conselhos dados por especialistas. O consultor Claudiney Fullmam preparou algumas dicas que podem ajudá-lo no início do seu negócio:
Prática
Empreendedor não é somente aquele que tem ideias, mas aquele que as coloca em prática. Mas, sempre, acompanhado de um bom planejamento.
No papel
É essencial que o futuro empresário coloque seu plano no papel, para que a cada instante ela não tenha uma nova ideia ou mude o rumo da empresa.
Missão
Quem montou um negócio precisa ter claro três pontos: a visão (para onde vai), os valores (a que a empresa se destina) e a missão (razão de existência da empresa).
Planejamento
Uma organização, por menor que seja, tem sempre três grandes áreas que devem ser abordadas ao realizar o planejamento: comercial, industrial e o administrativo-financeiro.
Colaborou Adriano Cesar Gomes