Rafael Lauand trocou a iFood pela desenvolvedora de softwares para gestão em saúde Vitta.| Foto: Divulgação/Vitta

Em 2014, Rafael Lauand começou a traçar seu caminho em empresas de prestação de serviço baseadas em softwares. Começou na Easy Taxi e seguiu para a Vá de Táxi, onde foi promovido de COO (Executivo Chefe de Operações, em português) para CEO. Em menos de dois anos, deixou o cargo para assumir a chefia de desenvolvimento de negócio na iFood. Porém, mesmo em uma gigante do setor, com sede em quatro países e que atende a mais de 3 milhões de pedidos de delivery mensalmente, em sete meses ele resolveu mudar novamente.

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Desta vez, o jovem de 28 anos assumiu a posição de CFO (Diretor Financeiro, em português) da Vitta, que desenvolve soluções para gestão médica. Para ele, passar de uma companhia mais consolidada para a startup criada em 2014 foi uma oportunidade de encarar novos desafios.

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“Eu deixei pra trás uma oportunidade com um salário mais alto, mas acredito em enfrentar determinados riscos para avançar na carreira”, conta. De olho nos crescimentos da Vitta, enxergou uma chance de integrar ativamente do progresso do negócio e ter mais autonomia e participação nas tomadas de decisão.

Não é só pelo salário...

Rafael não é uma exceção. Ele trilha o mesmo caminho de uma fatia de profissionais que, com perfil mais focado em resultados e ação, buscam algo que vai além do salário de um bom cargo.

“Empresas grandes são excelentes escolas, especialmente para o início da carreira. Porém, com alguns anos de carreira, os profissionais começam a entender que o seu impacto vai ser muito maior em uma empresa mais jovem”, explica a diretora na região Sul da consultoria de transição de carreira Lee Hecht Harrison, Rose Russowski.

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A decisão é resultado da busca por realização pessoal atrelada à profissional. “Os jovens não estão satisfeitos com um trabalho comum, eles querem deixar a sua marca”, avalia João Alkmim, fundador da Vitta. “São pessoas ambiciosas não só por dinheiro, mas por conquistas”, acrescenta.

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Esse tipo de escolha faz sentido especialmente para gerações mais jovens que já não se veem construindo toda a carreira dentro de uma mesma empresa e que buscam uma formação profissional mais generalista ao invés de especialista.

“Aqui eu posso participar da estratégia desde o comercial até o operacional. Como CFO acabo olhando para todos os lados, não só para a área financeira”, diz Lauand. Ele acredita que é importante desapegar do passado para poder absorver como várias empresas funcionam em vez de se prender a processos de um determinado negócio.

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Além disso, empresas jovens exigem que os profissionais desenvolvam ou aperfeiçoem características que certamente serão úteis em outros momentos da vida profissional, como proatividade, persistência e resiliência.

…mas também não são só flores

A escolha de trocar uma grande companhia por uma jovem empresa exige mais do que coragem. É preciso estar preparado para lidar com modos de fazer diferente, com outros processos de tomada de decisão, com um fluxo de trabalho muitas vezes maior e mais diverso e, em última instância, com um modo completamente diferente de fazer negócios.

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“Apesar de eu acreditar o mercado como um todo vai nesse sentido, a pessoa tem que saber qual a sua velocidade de transição para fazer essa escolha”, aconselha Rafael Lauand.

É preciso “dar a cara a tapa”

E a torrente de mudanças vem aliada a outro fator que merece consideração. Em grandes empresas as equipes são compostas por mais pessoas e por isso os resultados são mais diluídos – assim como os erros. É como ser um peixe no oceano ou em um lago: há mais exposição, tanto para as coisas positivas quanto negativas.