Alessandro Barleze, 36 anos, se formou em Engenharia Química, mas logo mudou de ramo. Depois de entrar em um trabalho na área telecomunicações, fez mestrado em informática e aprendeu linguagens de programação. Quando a oportunidade apareceu, cursou uma Especialização em Desenvolvimento de Jogos. "Trabalhava com aplicativos para celular, e vi que o mercado de games estava em expansão. Eu sempre fui apaixonado por jogos. Quando descobri a pós-graduação, juntei o útil ao agradável", explica.
Barleze fez o curso Desenvolvimento de Jogos para Computador do Centro Universitário Positivo (Unicenp), uma das especializações na área disponíveis no Paraná. O estado, apontado pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames) como um dos grandes pólos da indústria brasileira de jogos, tem uma segunda Pós-graduação em games na Faculdade Metropolitana Londrinense e está para ganhar a terceira, no Centro Tecnológico Opet. "Estamos abrindo o curso porque é a área que está crescendo mais dentro da informática atualmente", diz o coordenador da Especialização em Desenvolvimento de Jogos para Computadores da Opet, Kristian Capelini.
Além de ser um mercado emergente, o de jogos tem pouca mão-de-obra disponível e qualificada, o que torna a área uma grande oportunidade. Segundo Capelini, antenados nisso, e na boa remuneração que os profissionais dos games recebem, muitos pessoas tem se dedicado aos games. "Mas também existem alunos que vem fazer o curso por gosto pessoal e os profissionais que já atuam na área de informática e querem diversificar conhecimentos", completa.
Com as técnicas ensinadas nos cursos também é possível atuar em com aplicações paralelas, pois o mercado relacionado a área é bem grande. Segundo Barleze, as técnicas que aprendeu com animações 3D, cinemática (os "vídeos" de abertura dos jogos) e sistemas de personagens virtuais tem aplicações em outros ramos da informática e do entretenimento.
No entanto, mesmo de olho no mercado, o que conta para chegar no fim do curso é a paixão. "O pessoal que vai fazer o curso tem que ser um pouco apaixonado por jogos. Tem que ter muita disposição, pois vai ter que estudar bastante", afirma Barleze.
Cursos
Mas engana-se quem acha que os cursos são somente para jogar e se divertir. Muito pelo contrário. Todos exigem conhecimentos prévios em linguagens de programação e são bastante "puxados". No Opet, que apesar do nome é voltado tanto para o desenvolvimento de jogos para computadores quanto para dispositivos móveis (como celulares e palms), a rotina é voltada à prática e à técnica. "A grande maioria das cadeiras são práticas de desenvolvimento. Queremos formar alunos que saibam desenvolver jogos do princípio ao final. Durante o curso o aluno já terá desenvolvido alguns jogos, e o trabalho de conclusão é um jogo completo", explica Capelini. O curso deve ter início no segundo semestre do ano e está com inscrições abertas.
Já a especialização do Unicenp, criada em 2001 e considerada a primeira do Brasil, além de ensinar técnicas de desenvolvimento, oferece disciplinas bastante diversificadas. Tanto cadeiras de autoria de software quanto de gestão e gerenciamento de projetos fazem parte da grade do curso. "Mesmo quem não conseguiu um emprego diretamente na área aprendeu como fazer um bom projeto", comenta o coordenador do curso Fábio Vinicius Binder.
Segundo Alessandro Barleze, a especialização foi decisiva. "O curso foi extremamente útil, principalmente porque me tirou a visão leiga e trouxa um olhar mais profissional sobre os jogos", explica.
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