O tempo passa, os investimentos se diversificam, mas a caderneta de poupança segue inabalável como a aplicação mais popular do país. Ela não oferece ganhos expressivos, mas é fortemente associada à idéia de segurança. Devido ao quadro atual de deflação e queda de juros, a poupança deve ganhar fôlego extra neste final de ano.

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Com saldo sempre crescente a cada ano, a poupança tem hoje R$ 160,8 bilhões em depósitos, 43,7% mais que no final do ano 2000. Esse saldo é maior que qualquer fundo de investimento. Os fundos de DI têm cerca de R$ 144 bilhões e rendem em torno de 1,4% ao mês, enquanto a poupança não atinge 0,9% mensal. Mas a tendência dos DIs é de redução de ganhos, devido à queda da taxa Selic.

A Caixa Econômica Federal (CEF) concentra sozinha 31,65% do total de depósitos na caderneta de poupança. Desde o final de 2000, o saldo na CEF subiu 67%, passando de R$ 30,5 bilhões para R$ 50,9 bilhões. O número de clientes é hoje de 27,9 milhões.

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- Se antigamente se guardava dinheiro no colchão, hoje é a caderneta de poupança que cumpre esse papel na vida do brasileiro - disse Roberto Derziê, superintendente de produtos e serviços bancários da Caixa, explicando o sucesso dessa modalidade de aplicação.

Derziê afirma que o brasileiro recorre à poupança principalmente para ter uma reserva e para alcançar o valor para aquisição de um bem. Segundo ele, a poupança é uma aplicação que passa ao largo das crises do país, porque o aplicador se sente seguro com ela.

A rentabilidade da poupança é formada pela variação da Taxa Referencial (TR), mais 6% ao ano. Entre as vantagens frente aos fundos de investimento estão a isenção do Imposto de Renda, a ausência valor mínimo para aplicação e de taxa de administração. Há também a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de pagamento de até R$ 20 mil no caso se a instituição financeira vir a quebrar.

- A caderneta de poupança 'nada de braçada' em tempos de inflação baixa ou deflação. E é exatamente o momento em que estamos vivendo, com perspectiva de queda de juros - afirma o superintendente da Caixa.

De acordo com Derziê, é em épocas como esta que a poupança atrai um número mais diversificado de poupadores. Com a inflação baixa, ela passa a ser competitiva diante de alguns fundos, como os cambiais e alguns fundos de ações. Por isso, investidores que comparam rentabilidade antes de investir passam a se interessar pela poupança.

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A proximidade do final do ano também deve dar fôlego extra à caderneta de poupança. O último trimestre é tradicionalmente o período de maior volume de captação, devido ao pagamento do 13º Salário. Em 2004, a poupança teve captação líquida de R$ 4,5 bilhões, dos quais R$ 3,5 bilhões foram depositados em dezembro.

Rentabilidade mensal da poupança em 2005:

Fev - 0,5967% Mar - 0,7648% Abr - 0,7013% Mai - 0,7540% Jun - 0,8008% Jul - 0,7588% Ago - 0,8483% Set - 0,7650%