O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse nesta segunda-feira que o povo brasileiro deu um claro recado nas urnas nesse domingo. Para Busato, a votação desse domingo foi simbólica, pois deixou de lado o mero caráter de referendo para ganhar conotação plebiscitária, tendo se transformado em um verdadeiro plebiscito sobre a política de segurança pública do país ou à sua não-política de segurança pública.
- O governo foi fragorosamente derrotado e o povo brasileiro, mais uma vez, deu a sua resposta nas urnas - disse Busato, que está em João Pessoa (PB), onde participa do lançamento de uma campanha da OAB contra as altas custas judiciais no estado.
Busato lembrou que, no início da campanha, as pesquisas mostraram que o "sim" tinha mais de 70% de adeptos, estando muito à frente dos que não desejavam o desarmamento e a interrupção do comércio de munição no Brasil. Só que, até aquele momento, segundo Busato, a discussão estava focada apenas na manutenção da venda de armas em si.
- Posteriormente, com o desenvolvimento da campanha do 'Não', eles tiveram a competência de colocar em jogo, no debate, não só o problema do armamento, mas a política do governo com relação à segurança pública e no combate à violência.
Ao eleger Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou o presidente da OAB, o povo deu um claro recado nas urnas, o de que queria dar um "Não" às elites deste país e exigia reformas efetivas para acabar com as principais mazelas brasileiras. Dentro dessas reformas, segundo Busato, uma de suas maiores aspirações era uma política clara e decente para a segurança pública.
- E agora o povo volta para dizer a Lula, pela primeira vez depois de sua eleição, que sua nota é zero em relação à segurança pública no país.
O Conselho Federal da OAB não chegou a se manifestar oficialmente se apoiava o "Sim" ou o "Não" face à grande divisão de opiniões entre a diretoria e os conselheiros federais da entidade.