O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, mandou um claro recado às refinarias privadas brasileiras nesta segunda-feira. Ao falar sobre o mercado americano, ele lembrou que as refinarias que investiram na adaptação para o processamento de petróleo pesado nos Estados Unidos conseguem ter margens de ganhos maiores.

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- No mercado americano as margens de refino das refinarias independentes que usam o petróleo leve são pequenas porque a diferença de preços entre petróleo leve e pesado é muito grande, entre US$ 10 e US$ 12. Uma refinaria que usa um petróleo cru US$ 12 mais caro que seu competidor vai ter dificuldades - destacou, sem citar diretamente as refinarias privadas brasileiras.

No Brasil, as duas únicas refinarias privadas, Ipiranga e Manguinhos, vêm afirmando que o não alinhamento dos preços dos combustíveis no país está prejudicando sua atuação. Isso porque elas compram óleo leve a preços internacionais e revendem o produto já processado para o mercado brasileiro a valores balisados pela Petrobras, que tem mais de 90% da distribuição do país.

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De acordo com alguns especialistas, no entanto, as refinarias privadas estão em crise atualmente porque não investiram em sua capacidade de processar o óleo brasileiro, que é mais pesado.

- Essa adaptação exige investimentos, tirando parte dos ganhos que você tem. É o que a Petrobras está fazendo: está construindo unidades de coque e aumentando sua capacidade de processar o óleo brasileiro - disse Gabrielli.

Segundo ele, a empresa investirá US$ 8 bilhões em refino até 2010, sendo que 41% dos recursos serão usados para a melhoria da qualidade dos combustíveis e 25% na adaptação para o processamento de óleo brasileiro. A meta da empresa é processar cerca de 90% da produção do Brasil em suas refinarias em 2010. Atualmente, esse volume é de 80%.

Gabrielli disse ainda que a empresa não deverá fazer novos reajustes no Brasil caso os preços se mantenham entre US$ 60 e US$ 70 no mercado internacional.

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