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As empresas precisam de pessoas qualificadas, talentosas e competentes. O mercado tem à disposição algumas tantas disponíveis. E também milhares delas não tão eficazes. Por outro lado as pessoas precisam de trabalho. Não de emprego. Precisam de oportunidades de trabalho que lhes permitam mostrar talentos. O trabalho só faz sentido quando criativo, capaz de permitir ao ser humano seu desenvolvimento além da exteriorização de suas habilidades e potenciais. Ambos defrontam-se com dificuldade de se tornarem parceiros em um mesmo objetivo que viabilize crescimento às partes.

Sob outra ótica, as empresas sobrecarregam colaboradores e reclamam de seu estresse e de sua possível incompetência quando, uma observação mais aguda evidencia que isso acontece por um "vício" cultural interno, muitas vezes justificável pela evolução natural da empresa que, no afã do crescimento, vicia funcionários em comportamentos reativos, não lhes sobrando tempo sequer para perceberem isso; afogam seu lado pro ativo imersos em rotinas e processos defasados.

Uma ação interna profissional detecta e realinha procedimentos inadequados, funções e processos levando à percepção de talentos ocultos. E, inevitavelmente, nesses processos de melhoria algumas pessoas pouco ou nada flexíveis acabam ficando pelo caminho, pois não acompanham a evolução. De qualquer forma, a empresa deve acompanhar e dar sustentação àqueles que mostram vontade de crescer.

Em empresas de grande porte consultorias especializadas efetuam trabalho constante que planeja o crescimento. Nas pequenas e médias os custos e a falta de tempo ou visão dificultam a percepção sobre estratégias capazes de direcionar crescimento. Acima de tudo inibem a percepção de que aqueles que não acompanham esse processo que implica em competência e profissionalismo precisam ser preparados para assumir novos desafios; e isso não significa sair da empresa, mas ampará-los.

Curioso é observar que, ainda que as pessoas sejam o principal ativo das empresas, soa elas que acarretam atrasos ou crescimento. Lapidar continuamente a relação, colaborador empresa é um belo desafio!

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.br www.andradevieira.com.br

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