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MAGISTÉRIO

Professores buscam os instrumentos para aperfeiçoar a arte de ensinar

São 28 anos de magistério, muita dedicação, várias surpresas e uma certeza: lecionar é estar em constante processo de aprendizado. Coordenador do Projeto de Leitura para professores da rede municipal de ensino, professor de Literatura Brasileira e Portuguesa e docente em Metodologia de Pesquisa Científica do curso de Pedagogia da UniFil, Rovilson José da Silva, 38 anos, está prestes a ser doutor.

Mais do que uma imposição das instituições de ensino em que trabalha, a procura pelo aperfeiçoamento numa área tão desprezada quanto essencial como a educação apenas atendeu a uma vontade incontrolável de quem quer fazer mais pelo ser humano.

"Quando você gosta da sua profissão, não quer ficar na superficialidade. É inconcebível pensar num professor que não pense no estudo como crescimento, como forma de modificar uma trajetória", defende Rovilson, mestre em Literatura e Ensino pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e doutorando em Educação pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Para ele, nada melhor do que a troca de experiências com personalidades tão distintas num ambiente desafiador como uma sala de aula para reconhecer as próprias limitações. Nem sempre o mestre é aquele que ensina. "Estar em sala de aula é confrontar-se primeiro consigo mesmo. E com o que você já aprendeu e com aquilo que você não sabe e precisa aprender", afirma o professor.

Quanto mais estuda e se recicla, mais Rovilson se coloca à disposição do desconhecido. "Nunca temos a segurança de que estamos prontos, porque lidamos com gente e os alunos nos mostram essa realidade. E na educação isso é revelado no dia-a-dia", analisa. Ele não está sozinho nessa seara. Rovilson Silva estima que de 60 a 70% dos professores que participam do projeto de leitura que coordena há três anos na Prefeitura sejam pós-graduados.

Foi durante a banca avaliadora da tese de mestrado que o doutorando percebeu que não poderia parar por ali. Ainda havia o que pesquisar. "Veio um professor bastante conceituado avaliar meu trabalho. Embora todos da banca tenham ficado satisfeitos com a apresentação, pelo âmbito das perguntas que ele me fazia, fui sentindo o que eu ainda precisava estudar e pesquisar", reconhece.

Até que conclua o doutorado e encare novos desafios que já batem a sua porta, Rovilson Silva continuará lecionando para outros professores, futuros docentes, acadêmicos e alunos do ensino médio. A experiência no magistério se encarrega de atendê-los com a mesma dedicação e garantir a reciprocidade necessária de quem está disposto a aprender. "Ser professor envolve três coisas: ter o conhecimento científico e a formação sólida nos princípios da disciplina; ter empatia e o domínio da turma para que haja uma troca afetiva; e ser organizado em relação à própria escola, tendo bem claro o que vai exigir do aluno", conclui.

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