Ao terem acesso às respostas, alguns professores de pós-graduação mostraram-se surpresos com algumas afirmações dos estudantes, mas compreensivos de que a fase certa para a preocupação vai chegar.
"Para sobreviver no mercado de trabalho só com uma faculdade é necessário muita sorte". É o que pensa a professora e pró-reitora de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Alice Eiko Murakami. Segundo Alice, a falta de uma pós-graduação na vida dos acadêmicos torna o crescimento profissional bastante complicado. "Quem pensa em subir na vida tem que procurar se especializar, crescer. Atualmente, a experiência e a competência apenas não bastam para a ascensão dentro de uma empresa, por exemplo", assegura.
Ainda de acordo com a pró-reitora, a falta de informação levantada pelos adolescentes entrevistados está equivocada. "A universidade está de portas abertas para informar e ceder as devidas informações sobre os cursos de pós-graduação. Mas é necessário haver interesse", finaliza.
Já o professor Humberto Maciel França Madeira, da Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) discorda. Para Madeira, é natural a possível desinformação dos adolescentes. "É natural os jovens não terem muita informação ou interesse sobre a pós-graduação. Primeiro eles pensam na sua graduação, para depois pensar nisso. Até mesmo entre os acadêmicos é comum notar uma certa dificuldade em assimilar o que é uma pós-graduação", afirma.
O professor acredita que não se deve esperar muito dos adolescentes quando eles acham que é possível sobreviver no mercado de trabalho com apenas uma faculdade. "Eu acho curioso, não faz muito sentido pensar que os jovens já devam estar informados sobre pós-graduações. Não é a fase certa para isso", completa.
Quanto à falta de informação, Humberto Madeira é direto: "A universidade é que tem que ir atrás da sociedade. Estamos ainda muito longe do ideal nessa área".
