Profissional da área administrativa de uma empresa havia cinco anos, Sulamita se sentia realizada, pois, além de ter o respeito de colegas e supervisores, sabia que a organização a valorizava e a reconhecia.

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Certo dia, reencontrou uma grande amiga, com quem não falava fazia muito tempo. Ana conhecia Sulamita desde a época da faculdade, onde cursaram juntas Administração. Durante os anos da graduação, estiveram sempre próximas, no estudo e no divertimento. Sulamita tinha boas lembranças da colega, que foi trabalhar no exterior logo após a formatura. Dali para a frente, as duas se corresponderam por um certo período, mas a correria do dia-a-dia e a distância dificultaram a manutenção da amizade. Por isso o reencontro foi motivo de grande alegria para ambas.

Embora sua experiência no exterior tenha sido ótima, Ana voltou por saudade da família. Mas agora desempregada, não sabia por onde começar a busca por uma recolocação. Como lembrou que existia uma vaga no seu departamento, Sulamita então falou sobre Ana a seu superior, transmitindo as qualidades e a experiência profissional da colega. Aceita pela empresa, Ana não encontrou dificuldades para se habituar à cultura da organização, uma vez que Sulamita lhe ensinara todos os procedimentos e a acompanhara de perto. Mais de um ano passou, e as duas amigas continuaram trabalhando no mesmo setor, auxiliando-se mutuamente e demonstrando um desempenho exemplar.

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Porém, uma notícia colocou em xeque a amizade entre elas. Em uma determinada manhã, Sulamita foi chamada para uma reunião com a gerência. Na ocasião, foi amplamente elogiada, sobretudo por ter indicado Ana, uma profissional que, segundo os gerentes, havia colaborado muito para o crescimento da organização. Em seguida, foi comunicada de que Ana seria promovida à supervisora do setor.

Chocada com o anúncio da promoção - que ela também cobiçava -, a profissional não conseguiu mais trabalhar naquele dia. Alegando indisposição, Sulamita foi embora sem se despedir da amiga. Naquele momento, sentiu-se traída lembrando das circunstâncias em que havia auxiliado Ana a se desenvolver dentro da empresa. Depois, odiou-se por ter colocado um "inimigo dentro da própria casa". Durante toda aquela semana, evitou encontrar Ana, que, notando que havia algo errado, procurou a amiga fora do ambiente de trabalho para esclarecer a situação.

A conversa entre as duas foi objetiva. Ana soube da promoção por meio de Sulamita, que também falou tudo o que havia pensado desde que fora informada da notícia. Então, sem pestanejar, Ana disse que não aceitaria o novo cargo quando este fosse anunciado oficialmente e que indicaria a colega para o posto, visto que esta tinha mais tempo de empresa e talvez mais competência que ela própria.

No entanto, ao receber tal demonstração de amizade, Sulamita se sentiu envergonhada por sua atitude. Naquele instante, percebeu que Ana, de fato, merecia a promoção e reconheceu que a colega realmente tinha mais potencial para a posição oferecida. Além disso, acreditou que também ganharia com a situação: "Afinal", pensou, "terei como chefe uma verdadeira amiga".

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Muitas vezes, sentimos ciúmes ou até mesmo inveja de pessoas queridas - não porque somos egoístas, mas porque somos humanos carregados de sentimentos complexos. Essa constatação não serve de desculpa para nutrirmos pensamentos invejosos, mas nos ensina a conviver com nossas falhas. Todo profissional deve sempre fazer uma análise para identificar fraquezas e melhorar atitudes, bem como observar as verdadeiras razões que o fazem recorrer aos mesmos vícios comportamentais. Por fim, é importante destacar que a admiração e a inveja caminham lado a lado e que cabe a cada um administrar e separar um sentimento do outro.

SAIBA MAIS...Tempo de Estudar

A Cavo, empresa de gestão ambiental, desenvolve há oito anos o Programa de Escolarização Tempo de Estudar, com o objetivo de proporcionar o crescimento pessoal e profissional de colaboradores que, por motivos diversos, deixaram os bancos escolares.

Em Curitiba, atualmente cinco professores transmitem conteúdos dos ensinos fundamental e médio a mais de 400 funcionários. Os cursos têm a certificação do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) e a supervisão do Sesi. As salas estão espalhadas em diferentes endereços da cidade, próximas do local de trabalho dos alunos.

Quando a empresa iniciou o projeto na capital paranaense, aproximadamente 30% dos empregados locais eram analfabetos. Hoje, esse número caiu para menos de 1%. No total, o Tempo de Estudar atinge cerca de 1.400 pessoas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

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Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986