O pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no final da manhã, chegou a gerar uma redução da da tensão nos mercados, mas ao final da fala, o tom dos negócios não havia sido alterado. Na retomada dos negócios, às 14h41m, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caía 1,29% e movimentava R$ 1,077 bilhão, volume superior à média para este horário. O risco-país subia para 402 pontos centesimais (+3,34%) e o dólar subia 1,10%, cotado a R$ 2,370 na compra e R$ 2,372 na venda.
O temor de que a crise política atinja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a principal motivação para os investidores se desfazerem de ativos nacionais. A proximidade do fim de semana agrava ainda mais a situação, já que aumenta nesse período a procura do mercado por posições defensivas.
A retomada do estresse aconteceu depois das declarações do publicitário Duda Mendonça, que afirmou ter recebido pagamentos do PT no exterior, com recursos de um caixa dois do partido. A revista Época antecipou sua edição do fim de semana e trouxe uma entrevista com o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL) na qual ele afirma que o presidente Lula sabia do esquema de pagamentos do partido.
No mercado de câmbio, a pressão sobre o dólar não é mais forte devido ao fluxo de recursos externos, já que exportadores aproveitam a cotação mais cara para vender seus dólares. No mercado futuro de juros, as projeções são todas ajustadas para cima, com os investidores apostando na manutenção dos juros básicos da economia na semana que vem.
Entre as 55 ações do Ibovespa, as maiores quedas são de Celesc PNB (-4,71%) e Braskem PNA (-4,65%). As altas mais significativas do índice são de Embraer ON (+1,29%) e Aracruz PNB (+1,02%).