Curitiba A guerra de argumentos, entre as frentes do sim e do não, travada na propaganda eleitoral do referendo sobre a proibição do comércio de armas e munições no país, não foi suficiente para convencer os eleitores curitibanos. 88,41% afirmaram não ter mudado de opinião depois de assistir aos programas de tevê ou ouvir aos programas de rádio. Esta é uma das conclusões da pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo ao Instituto Paraná Pesquisas, que ouviu 446 pessoas, maiores de 16 anos, entre os dias 12 e 14 deste mês (veja infográfico). A grande maioria dos curitibanos, 92,82%, respondeu ainda que assiste à propaganda eleitoral gratuita. Mas para apenas 31,4% o conteúdo ajudou na decisão do voto. O Paraná Pesquisas pesquisas perguntou também se o eleitor estava gostando dos programas: 56,28% disseram que sim.
Esta é a primeira vez na história que a população brasileira assiste a um horário eleitoral gratuito sem políticos ou partidos, mas com duas idéias diferentes. A situação, atípica, se deve ao fato de estarmos prestes a realizar o primeiro referendo popular do país, marcado para o dia 23. Nesta data os eleitores vão responder se aceitam ou não a proibição do comércio de armas e munições no Brasil.
A menos de uma semana da votação, a simples pergunta do referendo ainda causa confusão. Alguns dos eleitores ouvidos pela Gazeta do Povo não souberam dizer se a sua opção correspondia ao sim ou ao não, atrapalhados sempre pela palavra proibição. E, para piorar a situação, não atribuíram à propaganda eleitoral um melhor entendimento da questão. "Temos assistido, mas acho que a propaganda não chama à atenção. Acho que todos já têm opinião formada", diz Vânia Dalmaz, artista plástica e pedagoga, casada com o engenheiro Paulinho Dalmaz e mãe de dois rapazes, de 25 e 19 anos.
A opinião de Vânia é semelhante à do historiador Marcos Araújo, professor de Realidade Socioeconômica e Política Brasileira do Centro Universitário Positivo (UnicenP) e da Universidade Tuiuti do Paraná. "A propaganda está ajudando a levantar o debate, mas não acho que esteja ajudando a população a decidir o voto. Me parece que ainda restam muitas dúvidas", argumenta o pesquisador.
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