Após 40 anos de trabalho árduo e dedicação na função de diretor de Marketing e Vendas, Mário aposentou-se. No seu último dia o executivo foi homenageado por todos os colegas e subordinados, que demonstraram grande admiração por sua postura e desempenho. Durante os discursos de despedida, Mário ouviu de sua equipe agradecimentos pela motivação constante e pelos incentivos oferecidos por ele. Devido ao posicionamento do gestor, os profissionais da empresa puderam identificar os próprios talentos e desenvolveram habilidades comportamentais que estavam adormecidas. Essa movimentação, iniciada por Mário, conseguiu tanto melhorar o ânimo dos colaboradores quanto aumentar os resultados financeiros do seu setor.
Por isso, ao anunciar sua aposentadoria, o diretor recebeu inúmeras propostas para permanecer auxiliando a organização como consultor. Mas Mário sabia que sua trajetória estava chegando ao fim e que, agora, ele gostaria de se dedicar à família, aos livros e às viagens que tanto almejava fazer.
Porém, antes de deixar o cargo, logo após a festa de despedida, o executivo reuniu a sua equipe e pediu para que cada um deles comentasse as dificuldades que enfrentaram desde a sua chegada na empresa até o momento atual. Da maioria, Mário ouviu histórias sobre insegurança, falta de crença no próprio desempenho e falta de perspectiva no futuro. Todos haviam passado pelas mesmas dificuldades de conquista de espaço, credibilidade e respeito. Porém, os profissionais do grupo, sem exceção, tinham revolucionado suas carreiras após o direcionamento preciso de Mário. As pessoas da equipe haviam encontrado, sob a gestão do diretor, suas verdadeiras vocações e aptidões. E, depois de readquirir a confiança perdida, o grupo pôde visualizar novas oportunidades e conquistar resultados extraordinários. Essa guinada, repetiam os profissionais em uníssono, deviam a Mário.
O executivo, no entanto, não tomou para si o mérito da equipe. Ao invés disso, agradeceu a todos pelo empenho e pela confiança em sua palavra. Antes de deixar a organização, fez questão de ensinar a eles seu segredo de gestão. Mário contou aos profissionais uma fábula sobre um pangaré e um cavalo puro-sangue que disputaram uma corrida. O primeiro tinha sido preparado no melhor haras e, durante anos, havia sido tratado com as melhores rações, vitaminas e vacinas - enquanto o puro-sangue havia sido deixado à míngua, alimentando-se de pasto seco e dormindo ao relento.
No dia da corrida, as apostas foram feitas, e o pangaré, por parecer mais forte, com o pêlo brilhante e reluzente, era o favorito. O puro-sangue, por sua vez, encontrava-se cabisbaixo, envergonhado por sua aparência humilde. No entanto, ao ouvir o apito que anunciava o início da competição, o puro-sangue sentiu um súbito frio no estômago e suas patas ganharam força e velocidade. Ele, sem entender o que se passava com seu corpo, correu o mais rápido que podia, sem desviar os olhos do objetivo final: a chegada. O pangaré o seguia resfolegando e tropeçando nas próprias pernas. Ao final da corrida, o público estupefato percebeu que o puro-sangue, mesmo magro e cansado, vencera o pangaré com larga vantagem. A essência venceu a aparência.
E essa lição foi seguida por Mário durante toda a sua gestão. Ele sempre procurou identificar os verdadeiros puros-sangues de sua equipe e fez deles vencedores. Sua colaboração havia sido, tão-somente, mostrar o caminho certo e auxiliar a sua equipe a trilhá-lo com menos dificuldades.
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A comparação entre um profissional e cavalos pode ser enfadonha, mas faz algum sentido, se analisada por um ponto de vista diferente. Um pangaré pode ter seu pêlo escovado, lavado, sua crina e seu rabo aparados, além de receber o melhor alimento. Porém, ele continuará conquistando resultados medíocres em uma pista de corrida. Um pangaré, mesmo com uma apresentação diferenciada, estará sempre entre os últimos. Enquanto um puro-sangue, mesmo maltratado, mal alimentado ou judiado, estará sempre entre os primeiros. Faz parte de sua natureza lutar pelos melhores lugares, conseguir destaque e sucesso. Portanto, aqueles que gerenciam pessoas devem identificar, nas suas equipes, quem é puro-sangue e quem é pangaré. Aposte todas as fichas no puro-sangue e você terá retorno. Já no pangaré...
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SAIBA MAIS...
Pratos Limpos
Em maio, o instituto Santander Cultural, do Santander Banespa, lançou o projeto Pratos Limpos A Arte Restaurando a Esperança, com o objetivo de ajudar o Núcleo de Abrigos Residenciais, no Rio Grande do Sul. A proposta tem o apoio de 87 artistas gaúchos, que desenvolveram 130 obras de arte com o tema "pratos" para serem leiloadas em benefício do núcleo. Além disso, o projeto criou um site (www.pratoslimpos.org) que apresenta informações e, ainda, recebe doações e lances virtuais do leilão. A soma arrecadada servirá para a restauração de uma das dez casas do núcleo, que abriga cerca de 90 crianças e jovens vítimas da violência. Idealizada por Beto Zambonato, a iniciativa partiu de uma reportagem sobre uma das crianças. Comovido com a história, Zambonato começou a planejar, em 2000, uma campanha em benefício da instituição onde tal criança vivia. Antes do lançamento do leilão, o projeto já havia arrecadado cerca de R$ 2 mil, e a expectativa é de que no final de três meses ele reúna mais de R$ 80 mil reais.
Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986