Comparar seu potencial ao mercado pode ajudar a elaborar estratégias para crescer profissionalmente.| Foto: Bigstock/

Qual é o seu valor no mercado de trabalho? Que competências do seu currículo mais chamam a atenção das empresas? O que ainda precisa ser aperfeiçoado? Estas perguntas são difíceis e deixam muita gente intrigada, afinal de contas, respondê-las pode ser a chave para conseguir aquele emprego dos sonhos. A boa notícia é que ninguém é obrigado a conviver com essa dúvida. Especialistas em recrutamento garantem que a busca por uma vaga não precisa (nem deve) ser uma empreitada às cegas.

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Em um mundo cada vez mais competitivo, comparar o seu perfil ao que o mercado pede é sempre bom para se manter na ativa. E esse mapeamento não é nada complicado quando se tem o apoio da tecnologia. A assessora de carreira do site de empregos Catho Raquel Dalpino diz que o primeiro passo para medir o valor do próprio currículo é buscar vagas na internet focadas na área em que se atua ou se pretende atuar.

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Que qualificações são mais pedidas? Faça um levantamento. A especialista lembra que, para chamar a atenção do recrutador,o candidato precisa atender a, no mínimo, 70% dos pré-requisitos exigidos. “Pense no que é necessário fazer para que você se torne um forte concorrente”, orienta.

A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Paraná (ABRH-PR), Susane Zanetti, destaca que saber exatamente o seu potencial também passa pela força do seu networking, ou seja, da densidade da sua rede de contatos profissionais. Quantas pessoas indicam seu perfil ? Com que frequência você tem atualizado seu LinkedIn?

Conheça o adversário

Por falar em LinkedIn, consultores apontam a rede como ferramenta importante para conhecer não apenas seus concorrentes, como também líderes cujas carreiras o inspiram. Analisar a trajetória destas pessoas é uma medida estratégica porque pode te ajudar a reconhecer em que precisa avançar. Por fim, você aprende a construir o perfil profissional que as empresas tanto buscam.

Raquel destaca que os aspectos que mais devem ser avaliados nesse processo são experiência profissional, formação acadêmica, nível de conhecimento em idiomas e diferenciais competitivos. Outras redes virtuais também costumam ser úteis para esse tipo de leitura.

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Mas, atenção: é bom tomar cuidado para que a comparação não afete negativamente o seu ânimo. Estudos mostram que viver olhando apenas para o outro pode ser extremamente nocivo. Uma pesquisa da Universidade de Gothenburg, na Suécia, por exemplo, revela que, enquanto a interação pelo Facebook aumentava no país, o nível de autoestima das pessoas decaía. Não é difícil entender o motivo.

Há particularidades na trajetória profissional de cada pessoa que nenhum perfil social revela. Vá com calma e procure o equilíbrio. “Não se superestime demais, caso o ‘profissional comparado’ não possua as mesmas competências que você. Mas não se inferiorize se o outro tem mais competências”, aconselha Raquel.

Não perca a si mesmo de vista

Quem já leu “A arte da guerra”, se lembra bem da velha regra de Sun Tzu: não basta conhecer seu adversário, é preciso também conhecer a si mesmo para vencer uma batalha. E se a sua luta é conseguir um trabalho, esteja, sim, de olho no mercado, mas nunca perca a si mesmo de vista.

Uma boa maneira de se analisar é lançar mão da chamada matriz FOFA (sigla para Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Raquel explica que, embora o método tenha sido criado para avaliar o ambiente da empresa e possibilitar a mudança de rumo das organizações, pode também ser usada para identificar e reforçar competências pessoais.

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Funciona assim: no quesito forças, você mapeia a fundo o que tem de melhor. Em fraquezas, foque, claro, onde precisa ser melhorado. Depois, analise todas as suas oportunidades – as que você já teve e as que estão por vir. Como elas foram aproveitadas? O que pode ser feito com as chances que agora emergem – por menores que sejam? Olhar para o concorrente é a última etapa da comparação.

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Comparar o “você de hoje” com o “você de ontem” também pode ajudar a dimensionar seu potencial, segundo especialistas. Ver os erros que você cometeu no passado e que agora não comete mais, por exemplo, direciona seu olhar para sua própria evolução e o peso do seu currículo que está nas entrelinhas. “É uma forma de a gente perceber até que ponto está em busca de nossa melhor versão”, diz Susane.

Ferramentas aliadas

Analisar dados da carreira em que você atua é também fundamental se você quer se pesar. Recorrer a pesquisas e sites que ofereçam informações relevantes sobre o perfil do trabalhador de cada segmento, médias salariais e possíveis trilhas profissionais é um excelente caminho para isso.

O mapa Vagas de Carreiras é um site que reúne números de várias profissões e inclui as trilhas e os salários mais comuns de mais de 7 mil cargos – organizados em teias. As informações foram obtidas a partir do cruzamento de dados de mais de 12 milhões de currículos.

Uma busca na página revela que um advogado em início de carreira começa ganhando abaixo de R$ 2,4 mil, mas pode ultrapassar R$ 5 mil. As ocupações similares a esta são Estagiário de Direito, Assistente Jurídico e Auxiliar Administrativo.

Outro guia interessante é o Guia Catho de profissões e salários. Este também funciona mediante um sistema de buscas. Você consulta o cargo e obtém informações, como o porcentual de profissionais com pós-graduação e inglês intermediário, além da remuneração média no Brasil e em diferentes estados.

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O site mostra, por exemplo, que a média salarial de um contador no país é de R$ 4.631,28 e que 34% dos contadores têm pós-graduação e, 23%, inglês intermediário. Vale a pena conferir o perfil profissional no seu segmento.

Há também o portal Love Mondays, uma plataforma em que profissionais avaliam as empresas onde trabalham e colocam, voluntariamente, o salário que recebem. São mais de 800 mil avaliações de ambientes de trabalho e salários para 80 mil empresas disponíveis no site. Para consultar as informações é preciso se cadastrar e contribuir preenchendo o valor do seu último salário, o que pode ser feito de maneira totalmente anônima.