• Carregando...

Você é uma dessas pessoas que não gostam muito de carnaval? Mas mesmo assim, para não ficar sozinho em casa durante o reinado de Momo, acaba sendo convencido pela galera a "curtir" a folia? Obviamente, você deve se sentir um Pierrô sem a Colombina no meio daquela multidão pulando e ouvindo samba e axé music. Mas não se preocupe. É das situações adversas que vem a tenacidade dos fortes. Encare a provação como uma oportunidade para elevar a alma. Ou então – recomendo eu – aproveite para se divertir observando os aspectos mais bizarros do carnaval do curitibano, seja a folia na capital ou nas praias. Lá vão quatro dicas para você, que odeia carnaval, se divertir na folia:

• 1. Depois do desfile meio morno de algumas escolas de samba de Curitiba, entra na gloriosa Cândido de Abreu uma agremiação que começa a empolgar a galera. Hora de grudar os olhos na avenida? Nada disso... Vire para a arquibancada e se divirta. Quando os foliões começarem a pular – tenha certeza! – vai aparecer um guardinha, meio sem jeito, pedindo para que as pessoas dêem uma maneirada. É que a arquibancada pode não agüentar a animação curitibana. É dantesco: no carnaval de Curitiba, é proibido pular.

• 2. Levando em conta a tradição meteorológica de Curitiba, a chance de chover ou esfriar no dia do desfile é de 99%. Aí, o privilegiado observador terá a oportunidade de presenciar um raro exemplar da fauna momesca mundial: a passista de calça fusô e tênis. Essa espécie só habita a terra das araucárias, como a sua parente próxima: a passista branquela – que, de longe, pode ser confundida com um bicho-de-goiaba.

• 3. As avenidas atlânticas das principais praias, durante o carnaval, transformam-se em um campo privilegiado de pesquisa científica. É quando a Lei da Evolução das Espécies parece não fazer sentido. Ou faz sentido, ao contrário. Alguns exemplares de Homo sapiens regridem na escala evolutiva sob o efeito do álcool e passam a executar um estranho ritual de exibicionismo nos seus carros. Som alto e trajes ridículos (sunga e chapéu de caubói, por exemplo) são comportamentos típicos do homem regredido. Até parece que abriram a jaula do circo e a tigrada toda desceu a serra.

• 4. Quem assiste ao carnaval das praias paranaenses, com aquelas imagens de milhares de pessoas pulando entusiasticamente atrás do trio elétrico, pode até achar que a folia do estado é tão animada quanto a baiana. Ledo engano. Toda aquela empolgação acontece a partir do momento em que a câmera da tevê, no alto do trio, é ligada e a galera percebe. Comportamento tipicamente exibicionista. Repare quando a câmera é desligada. A multidão volta a "pular" dois passinhos pra cá dois pra lá, na tradicional forma curitibana de curtir o carnaval.

***

O Zé Bagagem é um sujeito que adora viajar. Sempre está com a mochila nas costas e já entrou em muita roubada em suas viagens. Todas as quintas, ele estará neste espaço contando suas experiências – meio fantasiosas, diga-se – para dar dicas verdadeiras de como evitar que você pague "mico" em suas férias.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]