Depois que você envia vários currículos, o telefone toca. É um convite para uma entrevista de emprego. Se está há tempos a procura de trabalho, já se sente um vitorioso quando atende a ligação. Mas a batalha pela vaga está só começando. A próxima etapa, a hora de estar frente a frente com o recrutador, é umas das mais desafiadoras do processo de seleção.
Consultores lembram que estar pronto para este momento passa por se preparar para três perguntas básicas que costumam surgir na maioria das entrevistas: “por que você gostaria desta vaga”, “quais são seus defeitos e qualidades” e “como você acha que pode fazer a diferença aqui ”.
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Olhadas de relance, até parecem questões fáceis. Mas não é por acaso que são tão comuns: elas têm muito a revelar sobre o candidato que está do outro lado da mesa. A coach Melissa Fernandes Lirmann, do International Business Coaching Institute, explica que quando o entrevistador faz estas perguntas quer saber se a pessoa já mapeou as próprias competências e entende bem de que maneira seus potenciais podem ajudar a organização a crescer.
O recrutador também quer estar certo de que o indivíduo conhece a organização e está preparado para as demandas do cargo ao qual concorre. Quando pergunta dos defeitos, quer saber não apenas o nível de autoconhecimento da pessoa como também a disposição que ela tem de melhorar como ser humano e profissional.
Faça a lição de casa
A consultora de carreiras Michele Carvalho Gelinski destaca que o profissional precisa trabalhar seu discurso sempre se projetando na vaga e na organização. “O que você, com as qualidades e defeitos que reconhece em si, pode fazer por esta empresa, neste cargo?”. É por isso que, além de buscar o autoconhecimento, é importante conhecer o máximo sobre a companhia e a vaga. Chegar munido de informações – esta é a regra de ouro.
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Outras cartas importantes para ter na manga são exemplos que atestem as competências que você afirma ter, conforme lembra a especialista em coaching de liderança e carreira Gisele Cipili. A dica vale principalmente quando você vai falar das suas qualidades. Por que em vez de dizer que é entusiasmado e proativo (informações que possivelmente já estejam no seu currículo), você não conta histórias bacanas de situações que ajudou a resolver? “A entrevista é o momento do recrutador aprofundar, a partir do diálogo com a pessoa, aquilo que já leu sobre ela. Então, é bom otimizar esta conversa de maneira perspicaz”, explica.
Seu defeito não é trabalhar demais
A honestidade é fundamental quando perguntam a você quais são os seus defeitos. É comum que as pessoas se digam perfeccionistas ou workaholics,para tentar fugir de saias justas, mas o entrevistador sempre sabe identificar uma resposta “forçada”. A orientação da coach Deisy Razzolini, da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado, é que o candidato seja sincero, mas substituindo o termo “defeitos” por “competências a serem aprimoradas”. “Não diga que você tem dificuldade em se organizar. Diga que nos últimos tempos você tem tentado ser mais organizado por perceber que a desordem compromete sua entrega”, exemplifica a especialista.
Sucesso em três etapas
Deisy reforça que o êxito em uma entrevista de emprego envolve três pontos centrais: a preparação, o planejamento e a abordagem. O primeiro diz respeito a uma análise profunda sobre si mesmo e a organização. O candidato deve começar fazendo um balanço da própria carreira: o que ele fez até ali? Depois, já sabendo bastante sobre a companhia, deve questionar de que maneira sua bagagem ajudará aquela empresa a crescer.
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O planejamento é a hora de colocar todo esse balanço no papel, ler, reler e ensaiar o que vai dizer. Não é questão de decorar um texto, mas de estar convicto de seu conteúdo. A abordagem está relacionada à análise da maneira como aquele assunto pode ser tratado a depender das perguntas que o recrutador fizer. Se você trabalha bem sob pressão, de que forma falará isso? Talvez, se te perguntarem se já conseguiu driblar alguma situação de risco, por exemplo. Vai depender do momento. E você precisa se preparar para ele, ainda que não possa prevê-lo.
Com tudo isso em mãos é que conseguirá responder porque gostaria da vaga – ou se gostaria da vaga, porque no meio desse caminho todo, você pode até mudar de ideia com as informações que descobrir. Caso não mude, sua convicção seguirá firme e a sua resposta tem grandes chances de ser espontânea e certeira.
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