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O artigo de hoje trata de um equívoco bastante recorrente entre os profissionais: responder a perguntas sem ter a certeza de estar transmitindo respostas corretas. A manutenção dessa prática é feita, de certa forma, pela própria cultura organizacional, que exige do empregado respostas rápidas sobre tudo, o tempo todo. Nesse contexto, aqueles que ousam admitir que não têm a solução da questão no exato momento em que ela é solicitada são vistos como desleixados ou desinformados.

Luiz é um executivo de Finanças de 34 anos, e seu conceito na organização em que trabalha é dos melhores. Na bolsa de apostas, realizada informalmente entre os gerentes da empresa, sobre quais candidatos teriam a chance de chegar à diretoria, Luiz é sempre apontado.

O executivo destaca-se entre os demais por dominar os conhecimentos técnicos necessários para a sua área e, sobretudo, por administrar com sutileza as relações interpessoais. Luiz está sempre disposto a ajudar seus colegas, seja para repassar dados, coletar números ou apresentar estatísticas. Ele tem, sempre, as informações na ponta da língua e, por isso, é procurado com freqüência para responder às questões mais diversas.

Entretanto, a prontidão com que usualmente respondia a todas as perguntas o colocou em uma situação constrangedora, certa vez. Na circunstância, o jovem executivo foi chamado pelo presidente da empresa, que lhe questionou sobre o paradeiro de determinada mercadoria. Luiz, como de costume, respondeu-lhe com rapidez que a carga estava a caminho de seu destino e que chegaria no dia seguinte. "Sem falta", acrescentou. Mas, ao terminar a frase, o profissional ficou um pouco ansioso. Pela primeira vez não sentiu a segurança habitual ao fornecer a resposta ao presidente. Então, sem fazer alarde, foi checar se, de fato, a tal mercadoria estava a caminho. Para sua surpresa, a carga nem ao menos tinha saído da fábrica de origem! De acordo com sua equipe, a produção da peça estava atrasada; portanto, a chegada do material demoraria, pelo menos, dois outros dias. Luiz entrou em pânico. Tinha acabado de transmitir ao presidente da empresa uma informação falsa. Como corrigiria esse deslize?

Naquela noite, Luiz não dormiu, pensando em reparar tal situação. Seu perfil dinâmico acabara colocando-o em uma enroscada, da qual ele não sabia como sair. Primeiro pensou em omitir-se, calar-se sobre o assunto. Depois, achou que seria melhor envolver o setor de produção e deixar que este assumisse a culpa pelo atraso. Mas, finalmente, percebeu que deveria remediar o erro sozinho e admitir que havia sido leviano ao afirmar algo de que não tinha total conhecimento.

Então, na manhã do dia seguinte, solicitou uma reunião com o presidente. Após explicar a situação e desculpar-se pelo equívoco, o executivo ouviu uma lição dura. O presidente disse a Luiz que ele jamais chegaria à diretoria se não fosse corajoso para admitir que não possuía todas as respostas e complementou afirmando que teria ficado mais satisfeito se tivesse ouvido do executivo as palavras "não sei". Assim, Luiz saiu da reunião com a certeza de que deveria aprimorar-se muito mais para conquistar seus objetivos profissionais.

Perguntas exigem respostas, e a mente humana é muito boa para fornecê-las sem pensar, instintivamente. Somos treinados para reagir às perguntas de maneira dinâmica desde a infância, durante a adolescência e, principalmente, na vida adulta. O problema é que respostas instintivas nem sempre são certas. O perigo está no fato de que respostas erradas acabam prejudicando outras pessoas ou decisões. Infelizmente, em nossas empresas, o "não sei" denota incompetência, quando muitas vezes, na realidade, é a forma mais honesta para dar uma resposta imediata e complementar mais tarde com toda a correção. Claro que se você sempre "não sabe", é provável que algo esteja errado com você e precise ser corrigido. Mas ter a coragem de admitir que não se sabe algo no momento da pergunta pode ser sábio.

Saiba mais...Leitura cultivada

Com a intenção de despertar entre crianças carentes o hábito da leitura, a rede Livrarias Curitiba entregou, no dia 1.º deste mês, 10.393 livros a associações filantrópicas de Curitiba, Londrina, Joinville e Porto Alegre. As doações foram resultantes da segunda edição da campanha Natal Solidário, desenvolvida no final do ano passado pelas livrarias. Nela, 20 livros vendidos revertiam-se em um título a ser doado pelo grupo a instituições assistenciais.

Em média, 750 obras foram entregues a cada entidade beneficiada. Só a APACN (Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia) recebeu 1.066 títulos infanto-juvenis, que ampliaram a biblioteca usada pelos pacientes atendidos pela instituição. Além de dar continuidade à campanha este ano, a rede de livrarias anuncia a criação de uma loja destinada a vender livros a preços populares - variando entre R$ 1,50 e R$ 17,00. "Nosso objetivo com essa iniciativa é que todos possam comprar um bom livro", afirma o assessor de imprensa das Livrarias Curitiba, João Alécio Mem.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986.

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