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Mercado financeiro

Risco Brasil fecha com menor nível histórico, Bovespa fecha com novo recorde e dólar sobe

O EMBI+ Brasil, índice que mede o Risco Brasil e a confiança dos investidores estrangeiros no país, fechou a quinta-feira com o menor patamar desde sua criação, em abril de 1994. De acordo com o banco de investimentos americano JP Morgan, que criou o EMBI+, o risco brasileiro chegou ao final do dia aos 328 pontos centesimais, com queda de 12 pontos sobre a véspera.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pegou carona na disparada das bolsas americanas e bateu novo recorde de pontos. O Índice Bovespa subiu 2,19% e atingiu inéditos 32.617 pontos. Os negócios totais na bolsa somaram R$ 2,226 bilhões.

O dólar à vista deu início ao mês de dezembro com uma alta de 0,59%, cotado a R$ 2,218 na compra e R$ 2,220 na venda.

Juros

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam com pequenas oscilações. O principal evento do dia foi a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O documento explicou que a manutenção do conservadorismo na redução dos juros levou em conta o repique do IPCA de outubro (0,75%), que levou o mercado a ajustar projeções de inflação para os próximos meses. A ata sugeriu a manutenção do conservadorismo na política monetária, mas foi elaborada antes da notícia da queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,12% ao ano, contra 18,10% do fechamento de quarta-feira. O DI de outubro teve a taxa reduzida de 17,83% para 17,89% anuais. A taxa de janeiro de 2007 recuou de 16,71% para 16,66% anuais.

Risco Brasil

O risco-país brasileiro teve seu pico registrado em 27 de setembro de 2002, quando atingiu 2.436 pontos centesimais. Na época, o mercado passava por uma turbulência gerada pela tensão com as eleições presidenciais, lideradas pelo então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Com a constatação de que o novo governo não promoveria medidas extremas, o indicador entrou em rota descendente.

Até esta quinta-feira, o menor patamar já registrado pelo EMBI+ Brasil era de 337 pontos centesimais, no dia 22 de outubro de 1997.

No final da tarde desta quinta-feira, o Global 40, bônus global de 40 anos, subia 0,61%, cotado a 124% do seu valor de face. O A-Bond, primeiro título internacional brasileiro emitido em reais, subia 0,71% e tinha 105,88% do seu valor.

O EMBI+ acompanha o desempenho dos títulos da dívida externa dos chamados países emergentes, dos quais o Brasil faz parte. Quanto maiores os juros pagos por uma cesta de títulos previamente selecionados pelo banco, maior o índice de risco.

Os títulos americanos, considerados os mais seguros do mundo, são a referência para o cálculo do risco-país. Por serem considerados seguros, suas taxas de juros são as mais baixas. Já os títulos de países que não dispõem da mesma credibilidade acabam por pagar taxas elevadas, que servem como uma espécie de "recompensa" para o investidor que aceita correr riscos.

Câmbio

O dólar já abriu em alta, mas as compras de dólares do Banco Central foram responsáveis pela manutenção dessa tendência até o final do dia. O BC fez seu quarto leilão consecutivo de contratos de "swap" cambial e também comprou quantidade expressiva de dólares no mercado à vista.

A possibilidade de queda maior dos juros foi outro motivo para pressão de compra de dólares, assim como aconteceu na véspera. Embora o Banco Central negue, a queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre é vista no mercado como um incentivo ao maior corte de juros.

- Enquanto os juros continuarem elevados, o dólar não vai subir. O Banco Central consegue elevar a cotação em dias de compras mais agressivas, mas a tendência é o fluxo continuar positivo, atraído pelos juros elevados - disse José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.

No leilão de "swaps" reversos, o Banco Central vendeu apenas 77,4% dos contratos ofertados, que representaram US$ 464 milhões. Não é possível saber se a venda parcial aconteceu por falta de demanda, ou porque as taxas propostas não agradavam o BC. De qualquer forma, os analistas acreditam que o interesse por esses contratos tende a diminuir.

Paralelo

O dólar paralelo fechou em alta de 0,68%, cotado a R$ 2,38 na compra e R$ 2,48 na venda. O dólar turismo fechou em alta de 0,87%, a R$ 2,17 na compra e R$ 2,32 na venda.

Bolsa

O cenário otimista levou os principais índices das bolsas americanas a operar em alta superior a 1% no período da tarde, o que deu fôlego para as ações brasileiras. Animados, os investidores estrangeiros voltaram a se destacar na ponta de compra de ações.

A bolsa paulista já iniciou o dia em alta, ainda repercutindo a aposta em cortes de juros maiores. O movimento somente ganhou força no início da tarde, com a abertura dos mercados americanos.

- O risco-país caiu com força, o cenário político está melhor e o investidor estrangeiro está melhorando sua participação no mercado. Foi um dia otimista - disse Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros.

As ações foram o melhor investimento em novembro e também lideram os ganhos no acumulado do ano. O Ibovespa contabiliza alta de 24,51% desde o início do ano e tem boas chances de ampliar esses ganhos, segundo analistas.

Entre as 57 ações do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Contax ON (+6,11%) e Brasil Telecom PN (+5,97%). As quedas mais significativas do índice foram de Tim Participações PN (-1,06%) e Tele Centro Oeste PN (-0,90%).

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