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Tânia era executiva de Contas de uma grande agência de publicidade. Ela adorava o que fazia, embora acreditasse que poderia receber um salário maior por suas atribuições. A profissional estava bem posicionada, mas ainda assim achava que poderia fazer escolhas diferentes e mais promissoras.

Sua experiência como executiva se iniciou há mais de dez anos. Nesse período, ela conseguiu aprimorar seus conhecimentos e ascender ao cargo mais alto da organização para profissionais de sua área. Por essa razão, Tânia começou a se questionar sobre aonde poderia ir desse ponto em diante. Na sua opinião, seria impossível, para ela, continuar crescendo dentro da mesma empresa. A partir daí, concluiu que havia chegado o momento de procurar novos rumos, mais desafiadores e motivadores. Tânia, então, reuniu toda a coragem que pôde para seguir caminhos diferentes. Ficou prestes a pedir demissão da agência para buscar uma nova colocação no mercado de trabalho. Consciente de suas habilidades técnicas e comportamentais, ela sentia que tinha um leque de opções à sua frente e que tudo seria possível para ela. A vivência na empresa onde vinha trabalhando mostrou que ela poderia conquistar qualquer objetivo, se de fato quisesse.

Animada com a nova etapa prevista para sua vida, Tânia começou a procurar outras carreiras – sem, no entanto, abandonar o posto que ocupava como executiva. Sua pesquisa a levou a duas opções: montar uma loja de venda a varejo ou unir-se a uma ONG. Ambas as alternativas lhe pareceram tentadoras, pois poderiam proporcionar uma rotina interessante e dar a ela a oportunidade de desenvolver habilidades diferentes daquelas que já possuía. Aí começaram suas dúvidas. Tânia não conseguia escolher entre as duas carreiras: achava que não poderia compará-las, pois eram muito diferentes entre si. Ademais, as duas eram potencialmente compensadoras. Por causa dessa indecisão, a estratégia seguinte da executiva foi procurar um headhunter, que lhe deu as seguintes sugestões: "Antes de pensar em sair de seu emprego, reveja se ainda há compatibilidade emocional." (Havia. A profissional estava profundamente identificada com o ritmo e a cultura da empresa, conhecia as necessidades de sua função e tinha capacidade para solucionar bem suas tarefas.) "Analise se seus objetivos profissionais de fato não estão sendo bem atendidos pelo empregador. Também considere a remuneração." (O que Tânia recebia estava perfeitamente adequado em termos de valorização da profissional pela empresa e em relação aos valores praticados pelo mercado.)

Além disso, o headhunter alertou-a de que a opção de iniciar uma nova carreira tem grandes vantagens, mas da mesma maneira inclui algumas desvantagens – toda profissão tem bônus e ônus, enfim. Por isso, seria bom tentar ver o lado negativo da nova rotina cobiçada, visualizando sua administração. "Separe o sonho da realidade", instruiu o consultor, sabendo que todos precisam sonhar, mas também conviver com a realidade. "Melhor ainda é ter um emprego do que nenhum, pois não se quita o condomínio nem a compra do supermercado com boas intenções. Se, apesar de tudo, o atual trabalho lhe conduz à infelicidade, mude – mas consciente de todos os riscos que envolvem uma mudança tão significativa", finalizou o headhunter, levando Tânia a adiar sua saída da agência e a repensar todas essas questões.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas.

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