O saldo da dívida externa brasileira, com dados fechados de setembro, estava em US$ 183,152 bilhões (24,7% em relação ao PIB), a menor desde dezembro de 1996, quando era de US$ 179,9 bilhões. Em relação a junho, o recuo da dívida foi de US$ 8,158 bilhões. Por conta da antecipação do pagamento do empréstimo com o FMI - de US$ 15,5 bilhões feito neste mês-, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, acredita que a dívida deverá "ir para trás" do patamar de 1996.
O Brasil registrou superávit de US$ 1,737 bilhão nas transações correntes no mês passado, o melhor resultado para novembro desde o início da série histórica, em 1947, informou o Banco Central (BC). No acumulado do ano, o superávit estava em US$ 13,711 bilhões - também recorde- e já acima da expectativa do BC para o ano todo, de US$ 13,6 bilhões.
As estimativas, explicou Lopes, serão revisadas até o fim do ano, mas afirmou que os cálculos para dezembro indicam saldo de US$ 1,7 bilhão, fechando o ano em US$ 15,4 bilhões, aproximadamente. Segundo ele, o forte desempenho da balança comercial, com sucessivos recordes de exportação, foi um dos motivos que melhoraram as contas do país.
Os investimentos estrangeiros diretos, no entanto, devem ficar aquém dos US$ 16 bilhões esperados para o ano. Em novembro, esses investimentos somaram US$ 1,175 bilhão, acumulando no ano US$ 13,787 bilhões e, segundo Lopes, entre os dias 1°e hoje, já somavam US$ 600 milhões - com expectativa de fechar o mês com US$ 1,2 bilhão.
- O mês de setembro (com saldo positivo de apenas US$ 43 milhões) foi o ponto fora da curva - argumentou o chefe de departamento, reconhecendo que a crise política foi um dos fatores que retraíram os investidores de fora.
As reservas brutas internacionais do país estavam em US$ 64,277 bilhões no acumulado de janeiro a novembro, não contabilizado ainda o pagamento ao FMI. No conceito de reservas líquidas (retirando compromissos com o FMI), o valor era de US$ 50,823 bilhões, com projeção para encerrar o ano em US$ 52,349 bilhões. O número, no entanto, também será revisado. De acordo com Lopes, entre os dias 1º e 16 passados, as reservas líquidas já estavam em US$ 53,957 bilhões.