Um sinal de fortalecimento do ministro Antonio Palocci foi dado segunda-feira em sua própria equipe. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, deverá permanecer no Ministério da Fazenda e recusar o convite feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para assumir um posto na instituição. Segundo interlocutores do secretário, Levy não quer abandonar o ministro num momento em que Palocci e a política econômica estão sendo bombardeados tanto pela oposição quanto pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
- Ele (Levy) disse que fica com a equipe até o fim - disse um interlocutor.
Levy foi sondado pelo BID para assumir a gerência de Planejamento Estratégico com a possibilidade de chegar à vice-presidência de Finanças e Administração, cargo ocupado hoje por João Sayad. A informação, no entanto, foi divulgada num momento ruim, em que a saída do secretário poderia significar um enfraquecimento de Palocci e da atual política fiscal do governo.
- O ano ainda demora para fechar e há muita coisa a ser feita no Tesouro Nacional. O ministro da Fazenda é o dono do meu cargo. E ele se chama Antonio Palocci Filho - disse ontem o secretário.
O quadro, no entanto, pode mudar caso os ataques a Palocci piorem sua situação e ele seja mesmo obrigado a deixar o ministério. Nesse caso, segundo técnicos do governo, há pouca chance de não apenas Levy, mas também outros homens de confiança do atual ministro ficarem na equipe econômica. Entre os que podem sair estão o secretário de Política Econômica, Bernard Appy, e o secretário de Assuntos Internacionais, Luiz Pereira.
A equipe da Fazenda passou o dia ontem tentando manter o clima de normalidade, mas a preocupação com as possíveis mudanças de comando é permanente.
- O clima está ruim. Estamos trabalhando com um olho aqui no ministério e outro lá fora - afirmou um técnico.
A decisão de Levy é resultado do trabalho do próprio Palocci, que durante os últimos três dias articulou uma corrente de proteção e apoio ao seu nome. O empenho do governo para manter um clima favorável não é por acaso. Nos bastidores, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado que Palocci possui importância estratégica no seu governo, principalmente por ter força no PT para barrar os ataques do partido à condução da política econômica. Lula acredita ainda que Palocci funciona como uma espécie de escudo dos ataques da oposição ao governo. Ou seja, sem Palocci, o presidente viraria um alvo mais fácil de tucanos e pefelistas.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink