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Manter o seguro de um carro na capital - onde o índice de roubos e furtos de veículos cresceu 10% nos últimos três anos - está pesando cada vez mais no bolso do consumidor. No ano passado, ocorreram 186.272 roubos de carros em todo o estado, 70% só na capital e região metropolitana, segundo dados da Polícia Civil. Se a projeção das seguradoras for confirmada, até o final do ano o roubo de carros deve romper a barreira dos 200 mil. Por conta disso, os preços das apólices já subiram, em média, 20% de janeiro a outubro deste ano, em relação ao ano passado.

O principal alvo dos bandidos foram os carros bicombustíveis. Segundo levantamento do Sindicato das Seguradoras de São Paulo (Sindseg-SP), o roubo de veículos flexíveis foi até 60% maior do que os modelos com motores a gasolina.

- Se as autoridades não tomarem nenhuma medida preventiva, o consumidor vai tomar um susto. O preço dos seguros subirá ainda mais no ano que vem - garante o presidente da comissão de automóveis do Sindseg-SP, Adhemar Fujii.

Os motoristas mais penalizados com o aumento do seguro são aqueles que moram nas chamadas áreas de risco - onde o índice de roubos e furtos é maior. Na capital, os bairros localizados no extremo leste lideram o ranking. Em locais como Guaianazes, Vila Matilde e até Guarulhos, os seguros são até 50% mais caros que nos bairros da zona norte - uma das regiões com a menor incidência de roubos da cidade.

No ABC, a situação é ainda mais crítica. De acordo com Fujii, o seguro em Santo André é hoje o mais caro do país, batendo a capital e o Rio de Janeiro. Em Santo André, de cada 100 veículos, cinco são roubados, acima da média de três a cada 100 na zona leste.

O baixo índice de recuperação dos carros roubados pela polícia também foi apontado pelas seguradoras como um dos principais fatores para o reajuste dos preços. O diretor de automóveis da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg), Ricardo Teixeira, reforça que de 8% a 10% dos sinistros pagos hoje no Brasil têm relação com fraudes.

Diante disso, as seguradoras têm estreitado cada vez mais o cerco. Tanto que as regras para o perfil do segurado estão cada vez mais severas. O formulário para quem vai contratar uma apólice, por exemplo, possui cerca de 15 questões. A intenção é que o consumidor mais prevenido não pague por aquele que já tenha um histórico de acidentes.

- É um mercado muito competitivo. O consumidor deve fazer pesquisa de preços e encontrar o produto mais adequado - diz Teixeira.

No Brasil existem hoje 7,5 milhões de veículos com seguro. Deste total, três milhões estão no estado - dois milhões deles na capital. O número de carros segurados em São Paulo equivale à metade da frota em circulação, que é de cerca de 4 milhões.

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