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Em meio a sofisticados estandes repletos de equipamentos e soluções tecnológicas de ponta, a 14ª edição da Rio Oil & Gas, que ocorreu na semana passada no Rio de Janeiro, aqueceu um debate que está preocupando o setor de petróleo e gás de maneira global: a falta de pessoal qualificado.

Se a redução de custos e de impactos ambientais ainda é uma preocupação em relação à tecnologia – superável, segundo especialistas –, o desafio de formar mão-de-obra deverá dar a tônica nos próximos anos, segundo avaliação de executivos no encontro que reuniu mais de 40 mil participantes do mundo inteiro.

Longe de ser um problema brasileiro, a carência de profissionais do setor podia ser notada ao longo de toda a feira, com vários estandes exibindo, junto a caríssimos equipamentos, singelos classificados em busca de profissonais.

A Saudi Aramco, maior produtora e detentora de reservas do mundo, veio equipada com material publicitário para atrair profissionais. "O estilo de vida que você sempre sonhou existe. Venha trabalhar com a gente", seduzia a estatal saudita em texto impresso em uma bolsa entregue aos visitantes.

No Brasil, o desafio será ainda maior, avaliaram especialistas e executivos de empresas presentes na feira, diante da descoberta da existência de um volume gigantesco de petróleo e gás natural na camada pré-sal, uma faixa que se estende por 800 quilômetros do Espírito Santo a Santa Catarina, e que pode conter bilhões de barris de óleo equivalente.

Vagas

De acordo com levantamento do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), a estimativa era de uma necessidade de capacitar 112 mil pessoas para o setor, levando em conta também projetos de refinarias, mas depois do pré-sal a conta pulou para uma carência de 260 mil pessoas, ainda sem considerar a demanda para a construção das plataformas de produção. O órgão abre em novembro 42 mil vagas para cursos de capacitação no setor e já prevê uma grande disputa.

Criado pelo governo Lula em 2003 para aumentar a participação da indústria nacional na implantação de projetos de petróleo e gás natural, o Prominp calcula que somente a Petrobras terá que gerar 232 mil empregos diretos até 2011.

Um dos principais problemas apontados no mercado brasileiro é a lacuna aberta com a falta de investimentos nos últimos anos, deixando como herança profissionais de idade avançada ou recém-formados. Não é raro encontrar, por exemplo, engenheiros aposentados nos quadros das empresas.

"Essa lacuna (de profissionais relativamente jovens mas habilitados para o serviço) é um problema que existe e não tem solução. Na era Collor, decretou-se que a Petrobras não contrataria mais ninguém, e chegou uma época em que o curso de Geologia tinha mais vagas do que candidatos", afirmou o vice-presidente da petroleira BP no Brasil, Ivan de Araújo Simões Filho.

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