Quantas vezes você já ouviu falar sobre como o pensamento tem o poder de influenciar vários aspectos da nossa vida, do amor à carreira? Uma, duas, milhares de vezes? Saiba que não é clichê. A forma como você pensa e encara a vida é determinante para o seu sucesso no trabalho ou como empreendedor.
Mentalidade fixa ou voltada para o crescimento: qual é o seu tipo de pensamento?
A professora de psicologia da Universidade de Stanford, Carol Dweck, dedicou mais de três décadas de pesquisa ao funcionamento da mente humana. Carol investigou como o poder de nossas crenças, conscientes e inconscientes, é capaz de moldar decisões e atitudes em várias áreas da nossa vida e concluiu que existem, basicamente, dois tipos de pensamento: o fixo e o voltado para o crescimento (em inglês, fixed/growth mindset).
Insatisfeito com a sua carreira? Pensar positivo ajuda a encontrar novos rumos
A questão central do trabalho de Carol – que resultou no livro Mindset: a Nova Psicologia do Sucesso, lançado pela Objetiva em 2006 – não é sobre ter ou não ter inteligência e talento, mas sobre como cada um de nós enxerga as suas potencialidades e reage diante de problemas, desafios e críticas. A postura que
De um lado, quem tem mentalidade fixa acredita que inteligência, caráter e habilidade criativa são atributos que não podemos mudar de maneira significativa. Você é ou não inteligente e nada que faça pode mudar isso. O sucesso ou o fracasso, neste caso, são atestados de inteligência. Uma pessoa com esse tipo de pensamento é muito boa para tarefas que exigem domínio de rotinas e disciplina, ou seja, consegue entregar ótimos resultados em um ambiente mais previsível. Mas, diante do temor de fracassar, tendem a perseguir projetos menos inovadores. Sabe aquela pessoa que prefere sempre o quebra-cabeça mais fácil?
Segundo a psicóloga, mesmo sem precisar, essas pessoas passam a vida tentando provar que são melhores e mais inteligentes que seus colegas na sala de aula, na carreira, nos relacionamentos. Diante de um fracasso, acham que não são inteligentes.
Por outro lado, quem tem um pensamento voltado para o crescimento entende que a inteligência e a personalidade não são imutáveis e podem ser desenvolvidas. Isso faz com que elas enxerguem o fracasso como um grande trampolim para o aprendizado e o desenvolvimento de novas habilidades – a paixão pelo aprendizado é a essência dessa mentalidade, que tem mais facilidade para lidar com a incerteza e se dá bem em momentos em que se exige inovação. É esse tipo de pensamento que permite às pessoas prosperar em momentos difíceis da vida.
“À medida que você começa a entender as mentalidades fixas e de crescimento, você verá exatamente como uma coisa leva a outra. Como a crença de que suas qualidades são esculpidas na pedra leva a uma série de pensamentos e ações, e como a crença de que suas qualidades podem ser cultivadas leva a uma série de diferente de pensamentos e ações, levando-o por uma estrada inteiramente diferente”, diz a psicóloga em um trecho do livro.
Aprendendo a pensar diferente
Embora a nossa mentalidade seja moldada desde muito cedo, a boa notícia é que, segundo Carol, o cérebro é dinâmico e como muda com o aprendizado. Ou seja, é possível reprogramar o cérebro para pensar diferente. O ponto de partida chegar a uma mentalidade de crescimento está na vontade de aprender e desenvolver novas habilidades. Mas o inverso também pode ocorrer quando um profissional com um pensamento voltado para o crescimento acaba sendo contaminado por um ambiente no qual predomina a mentalidade fixa.
Qual é a mentalidade da sua organização?
Depois de estudar como esses pensamentos moldam a vida de indivíduos, Carol passou a pesquisar como esse conceito-chave da psicologia se aplica também às organizações. Ela estudou um grupo de grandes empresas, integrantes da lista Fortune 500 e Fortune 1.000.
Uma empresa com mentalidade fixa valoriza a inteligência natural e o talento para os negócios e estimula um ambiente é mais competitivo, baseado em um sistema de “profissionais estrelas”. Já uma companhia com mentalidade de crescimento, aprecia mais o esforço e o desejo de aprender e crescer dos seus colaboradores. A mentalidade de crescimento, por exemplo, é a que está por trás, das startups e das iniciativas de negócios mais inovadoras, conduzidas por empreendedores que são motivados por desafios e tendem a arriscar mais.
