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Curitiba – O deputado estadual Ratinho Jr (PPS), delegado da Frente Brasil Sem Armas, e o professor da USP Bene Barbosa, fundador do Movimento Viva Brasil, travaram um debate ontem à noite, em Curitiba, sobre o referendo da venda de armas e munições. No meio do seu discurso de abertura, na sede da Associação Comercial do Paraná, Ratinho Jr. disse que 90% dos deputados federais contrários à proibição da venda de armas receberam dinheiro da indústria de armas em suas campanhas e agora estariam defendendo o interesse do grupo.

O vice-presidente da frente Pelo Direto à Legítima Defesa e delegado da frente no Paraná, o deputado federal Abelardo Lupion, recusa as acusações e diz que a frente nunca aceitou um tostão da indústria de armas. "Quem não tem argumento fica elucubrando sobre este tipo de ação. O deputado será interpelado judicialmente pelas suas acusações".

Ratinho Jr. ainda disse que a "indústria de armas recebe dinheiro cada vez que um brasileiro morre vítima de uma bala." Para ele, é verdadeiro o argumento da outra frente de que o Estado não oferece segurança suficiente para os cidadãos, mas acredita que, se todos andarem armados para se proteger, instalaria-se o caos. "Todos então deveriam estar armados, não só a classe média e alta que pode pagar três mil reais numa arma, seria o estado de caos."

O professor Barbosa enfatizou que esse referendo não é sobre o desarmamento.

"A população já foi desarmada quando entregou voluntariamente suas armas. O assunto desse referendo é muito mais sério e perigoso, é sobre a proibição do comércio de armas e munição." Segundo ele, a proibição fere o direito e a liberdade individual.

Um dos argumentos da frente Pelo Direito à Legítima Defesa é de que só as pessoas de bem seriam desarmadas, enquanto os ladrões continuariam armados. Ratinho Jr. concorda e diz que sua frente "não é inocente a ponto de achar que os ladrões vão entregar suas armas, mas a proibição da venda de armas e munições vai evitar que pessoas de bem matem pessoas de bem".

A pesquisa divulgada ontem pela Gazeta do Povo revelou uma mudança de 17 pontos porcentuais na opinião dos eleitores da capital paranaense sobre a venda de armas. De acordo com o Paraná Pesquisas, se a votação fosse hoje, 54% dos curitibanos votariam sim, a favor da proibição da venda, e 42%, votariam não, contra a proibição. No fim de março, o resultado de uma pesquisa semelhante revelava que 70% era a favor da proibição da venda, e 27% contra. Em resposta aos dados da pesquisa, Ratinho Jr. voltou a afirmar que a Frente Pelo Direito à Legítima Defesa estaria sendo financiada. "É natural que eles crescam, porque eles têm recursos para campanha. Nossa campanha é do voluntariado, de quem tem consciência."

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