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Craigslist

Site de classificados gratuitos tem 8,8 milhões de usuários

Há menos de um ano a designer Laila Frant se mudou com o marido para a Flórida, nos Estados Unidos. Não conhecia o local, tinha pouco dinheiro e precisava mobiliar um apartamento inteiro. Brasileira, Laila não tinha sido apresentada ao fenômeno americano do Craigslist, uma espécie de superclassificados online gratuito que virou mania no país. Acabou comprando sofá de grife, mesas, sofá-cama e até já arranjou emprego. Agora está de olho numa bicicleta.

- Sou viciada em Craigslist. É rotina diária dar uma olhadinha - diz.

Laila foi apenas uma das quase 8,8 milhões de pessoas que acessaram o Craigslist em setembro nos Estados Unidos, uma alta de 156% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo uma pesquisa recém-divulgada da Pew Internet.

Ao todo, são 10 milhões de usuários, ou três bilhões de page views por mês, em cerca de 200 cidades pelos cinco continentes, inclusive em São Paulo e no Rio de Janeiro, que entrou na lista em junho deste ano.

Encontra-se de tudo no Craigslist, de namorado a alguém para limpar o aquário. A maior parte dos acessos, porém, está relacionada a empregos, habitação e produtos.

- Compramos uma mesa linda de pés cromados, tampo de vidro e ótima qualidade. Só o vidro não sairia por menos de mil dólares. Pagamos US$ 40 - conta Laila, cujo atual emprego veio do Craigslist.

- Sempre tem alguém me mandando e-mail de emprego. Tinha uma menina que estava se mudando e precisava se desfazer de tudo urgentemente. No fim das contas eu paguei US$ 40 e levei uma mesa para a TV, dois minipufes, três latas de lixo, uma luminária de chão, velas e castiçais. Também comprei um sofá novo e vendi o antigo por US$ 80, que eu tinha comprado, já usado, por US$ 50.

O site é de longe o mais acessado do gênero nos EUA. Só para se ter uma idéia, ele recebe por mês mais do que o dobro de todos os leitores brasileiros de jornais online no Brasil, ou quase metade de todos os nossos internautas residenciais.

Por aqui, o Craigslist ainda é bem fraquinho. Tem poucos anúncios, a maioria em inglês. Mesmo assim ainda é possível ter algum resultado. Laila botou um anúncio para divulgar o trabalho da mãe, que faz colchas e cortinas sob medida no Rio de Janeiro. Logo um estrangeiro que se mudou para o Leblon ligou interessado.

Elizabeth Passos, uma americana que morou no Rio por dois anos, tentou vender uma mesa de sinuca, mas não teve o mesmo retorno do que nos EUA.

- O Craigslist é uma das melhores formas de se comprar e vender coisas. É muito popular nos Estados Unidos. Já usei algumas vezes, com sucesso, para alugar meu apartamento em Nova York. Também encontrei apartamento para amigos e tenho vários outros que arranjaram namorado pelo Craigslist. Mas no Brasil parece que ainda não funciona bem - diz.

O Craigslist ("a lista do Craig") nasceu em 1995 em São Francisco pelas mãos de Craig Newmark como uma organização sem fins lucrativos. Mas o serviço virou mania nos EUA e passou a dar dividendos já em 1999. No ano passado, o gigante e-Bay - o mesmo que comprou neste ano o Skype - adquiriu 25% da empresa, que funciona em São Francisco com 18 funcionários.

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