Já são 32 os países que suspenderam a importação de carne proveniente do estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. Além dos 25 países da União Européia, Rússia, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Israel e África do Sul (os três últimos embargaram o produto proveniente de qualquer parte do território brasileiro) também decidiram embargar as compras.

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Segundo a Globo News, uma missão de técnicos do Ministério da Agricultura desembarcou nesta quarta-feira em Bruxelas, onde se reunirá com o Comitê de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da UE. Os técnicos apresentarão as medidas que estão sendo adotadas para sanar o problema.

A UE já disse que só suspenderá o embargo quando o Brasil apresentar garantias sobre o êxito dessas medidas de controle da doença.

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O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, disse nesta quarta-feira, antes de embarcar para Eldorado, que dentro dos próximos dias serão liberados cerca de R$ 3,5 milhões e outro recursos adicionais para o combate à febre aftosa em Mato Grosso do Sul. Os recursos adicionais serão tratados durante a reunião que acontece ainda nesta tarde na fazenda Vezzozo, em Eldorado, com autoridades sanitárias estaduais, prefeitura municipal e representantes do governo paraguaio.

Rodrigues confirmou ainda que, neste momento, o Brasil deve realizar ações coordenadas nos estados e dividir a responsabilidade pelo surgimento do foco de aftosa com o governo federal. Ele responsabilizou o governo de não ter remetido recursos suficientes para os estados responsáveis por realizar as ações em cada região.

- Haverá uma clara redução nas exportações de carne do Brasil em um curto prazo de tempo. Como podemos ver pelas barreiras de todos os países que compram nossos produtos - afirmou.

O ministro afirmou que o surgimento do foco é uma fatalidade.

- É óbvio que países que são considerados livres de doenças possam surgir focos. Temos como exemplo a Inglaterra que também teve febre aftosa e os Estados Unidos que tiveram a vaca louca. Mas estamos tomando todas as medidas necessárias - explicou.

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Ele defendeu ainda que somente uma análise técnica é que vai definir onde surgiu o foco de aftosa em MS.

- Quero agora ter uma certeza técnica. Se não tiver uma certeza técnica eu não acredito- disse, acrescentando ter esperanças de que o Brasil vai superar esse episódio.

Na terça-feira, o Ministério da Agricultura da Rússia informou que a suspensão será aplicada aos animais vivos, a todos os tipos de carne, leite e laticínios, alimentos para animais e equipamentos usados para o abate de pássaros e animais daquele estado brasileiro.

Argentina

A Argentina "interrompeu de forma transitória e por precaução a entrada ao país de carnes bovinas provenientes do estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil". A medida proíbe a entrada ao país de animais, produtos derivados e outras espécies que possam ser contaminadas pela febre aftosa. O governo argentino esclareceu que a suspensão não prejudica importações provenientes de outros estados brasileiros livres da febre aftosa.

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Apesar dos embargos, o presidente do Fórum Nacional dos Órgãos de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Altino Rodrigues Neto, informou que o governo considera as medidas sanitárias adotadas até o momento suficientes para evitar que a doença se espalhe a outros rebanhos. Foram sacrificadas quase 600 cabeças de gado da fazenda onde foi detectado o foco. E está impedido o trânsito de animais e produtos que saiam de Eldorado e de outros quatro municípios vizinhos.

Na região, técnicos do estado e do ministério da Agricultura fazem exames laboratoriais para detectar se o vírus que atingiu o rebanho da fazenda Vezozzo é uma variante do tipo "O". Eles também investigam o motivo do surgimento do foco, mesmo depois da vacinação do gado de todo o estado na campanha de maio.

Reunião Em reunião no ministério da Agricultura com representantes dos estados que fazem divisa com Mato Grosso do Sul, ficou decidido que uma missão brasileira irá à Organização Internacional de Saúde Animal para mostrar que o problema só atinge o estado. Isto porque a OIE suspendeu a resolução que aponta Mato Grosso do Sul como livre da doença. A medida atingiu outros estados também considerados livres de aftosa: Bahia, Tocantins, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Segundo o presidente do Fonesa, o Brasil quer mostrar que é capaz de controlar o problema e que não foi omisso ao comunicar a existência do foco.

- É muito importante sabermos que em um país livre de doença não é proibido ter doença, é proibido ser omisso na tomada de decisão. Tudo está sendo tratado como a máxima transparência - disse.

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A Rússia, principal destino para a carne bovina e suína do Brasil, com compras equivalentes a US$ 900 milhões entre janeiro e agosto deste ano, já havia informado na segunda-feira que poderia restringir as importações de carne suína e bovina do Mato Grosso do Sul e de territórios, incluindo o Paraguai, já que a cidade onde foi detectado o foco de febre aftosa (Eldorado) está localizado a 45 quilômetros de sua fronteira.

De acordo com o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul, Leôncio de Souza Brito, a Rússia teria suspendido também as importações dos estados que ficam na divisa (São Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso).