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Gestão de pessoas

Tempos de crise: empresas do PR admitem ex-funcionários e ajudam na recolocação

O tecnólogo em logística José Vinícius de Oliveira foi recontratado pela Cargolift depois de deixar a empresa. A companhia possui uma política consolidada de contratação de ex-funcionários. | Pedro Serapio/
O tecnólogo em logística José Vinícius de Oliveira foi recontratado pela Cargolift depois de deixar a empresa. A companhia possui uma política consolidada de contratação de ex-funcionários. (Foto: Pedro Serapio/)

No primeiro trimestre deste ano, o número de desempregados no Brasil chegou a 14,2 milhões. Com o orçamento cada vez mais reduzido por conta da atual crise econômica, até mesmo as melhores empresas para se trabalhar têm demitido muita gente. Mas para não fechar de vez as portas para os trabalhadores que deixam a organização, várias companhias estão adotando políticas de encaminhamento profissional ou até mesmo de recontratação de ex-funcionários.

É o caso da Pormade, sediada em União da Vitória, que contratou um coach para realizar um trabalho de recolocação do pessoal demitido, oferecendo auxílio para a elaboração de bons currículos, orientações de carreira e empreendedorismo, além de indicações de vagas na região. 

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De acordo com o gerente de recursos humanos da empresa, Rafael Gregório Jaworski, por meio deste trabalho, 60% dos profissionais conseguem reingressar no mercado em menos de três meses.

Rafael defende que esse acompanhamento é uma maneira de demonstrar respeito por quem passa pela companhia e acrescenta que a recontratação de funcionários também é bastante comum na Pormade, que em 2017 ficou entre as melhores empresas do Paraná para se trabalhar, segundo o ranking anual do Great Place to Work (GPTW). 

Uma questão de visão estratégica

Não são poucas as organizações que oferecem algum tipo de atenção especial a ex-funcionários. De acordo com Lina Eiko Nakata, gerente de conteúdo do GPTW, entre as companhias campeãs em gestão de recursos humanos, as demissões ocasionadas pelas empresas, que em 2016 chegaram a 16%, têm sido feitas de maneira cada vez mais humana e transparente. 

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Para a especialista, essa política ajuda, sim, aqueles que saem da companhia, mas não é apenas o ex-funcionário quem ganha. Lina destaca que, além da imagem da organização ser evidenciada de maneira positiva, a condução de forma mais adequada de um funcionário a uma nova posição no mercado pode evitar que ele seja empregado nos concorrentes diretos e leve informações relevantes.

É também por isso que, conforme explica Lina, em momentos de demissões, muitas grandes empresas têm recorrido a consultorias especializadas em recolocação ou até mesmo oferecido suporte por meio do próprio setor de recursos humanos. 

Lina acredita que, nesse período difícil, a companhia pode estender alguns serviços, como o plano de saúde, oferecer apoio psicológico a quem sai, cartas de recomendação, indicações a organizações parceiras ou deixar as portas abertas para uma recontratação. “Quando as demissões são feitas com um bom processo de comunicação, que envolve planejamento e transparência, os cortes acontecem com menos ruído e menos problemas”, diz. 

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Política de portas abertas

Oferecer a ex-funcionários a oportunidade de voltar para a empresa está entre as principais medidas pós-demissão de algumas das companhias mais respeitadas do mercado. Na Perkins Motores do Brasil, por exemplo, quem já passou pela multinacional pode ser recontratado mais tarde mediante processos seletivos que envolvem testes e entrevistas. 

De acordo com Rodrigo Chibior, gerente da unidade de Curitiba, que também está entre as melhores empresas para se trabalhar no estado, políticas assim são muito benéficas para a organização. Primeiro, porque o trabalhador já conhece a cultura e os valores da organização. Segundo, porque todo o valor investido no funcionário anteriormente com treinamento retorna para a companhia. “Temos histórias de pessoas que voltaram com muito entusiasmo, valorizando e dando depoimentos do quanto estão felizes por estarem conosco”, conta. 

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A Cargolift é outra empresa que mantém uma boa política de portas abertas. Segundo a gerente de recursos humanos Nathalia Anile, trata-se de uma prática antiga, que há muitos anos tem rendido bons resultados à organização e aos colaboradores. 

A transportadora recebe também pessoas que resolveram se demitir por motivos pessoais e nos últimos 10 anos recontratou 128 ex-funcionários, em um segundo momento de suas carreiras. É uma média de 12 por ano, que representa 6% das contratações anuais. “Percebemos que os funcionários que retornam, voltam valorizando muito mais a empresa e a forma como ela é gerida. Sentem-se felizes, acolhidos e mais motivados para abraçarem os desafios que dispomos”, diz Nathalia. 

Foi assim com o tecnólogo em logística José Vinícius de Oliveira, 33 anos, que trabalhou na Cargolift entre agosto de 2012 e dezembro de 2014. Nesse período, ele atuou como assistente e coordenador e, no ano passado, foi convidado pela empresa para assumir um cargo de supervisão. “Recebi a oferta de coração aberto e aceitei retornar. Quando voltei, a Cargolift já estava mais um passo à frente do que quando eu saí no quesito tecnologia, então, procurei me adaptar e me atualizar”, conta. 

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Políticas “pós-demissão”

Demissões – voluntárias ou não – podem vir acompanhadas de várias medidas das empresas para reduzir o impacto da situação. Todos têm a ganhar com estas políticas. 

  • Recontratações
  • Auxílio psicológico
  • Cartas de recomendação
  • Indicação de ex-funcionários em empresas parceiras
  • Coach de carreira
  • Extensão temporária de benefícios, como planos de saúde
  • Indicação de vagas na região

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