Tínhamos acabado de voltar da catequese e eu estava no meu quarto. Meu pai tinha ido para cidade, morávamos no interior (do Paraná) na época. Enquanto eu trocava de roupa, meu amigo viu a arma em cima do armário e pegou, por curiosidade. Nós dois tínhamos 12 anos. A última imagem que vi foi a de meu amigo perguntando se arma estava carregada. Quando fui responder, por acidente, ela disparou. Era daquelas espingardas antigas, com uma cartucheira cheia de chumbinhos dentro. Metade do tiro acertou a parede e metade no meu rosto: boca, nariz e olhos. Fiz várias operações, mas não consegui recuperar a visão.
Sei que o que aconteceu foi um acidente, mas até hoje meu amigo se sente culpado. Meu pai ainda tem arma, não consegui convencê-lo a se livrar dela. Não faz muito tempo, meus irmãos, já adultos, discutiram e um deles deu dois tiros no outro. Atirou para matar, errou o primeiro tiro e acertou o segundo na mão que protegia o rosto do outro, que perdeu parte dos movimentos. Na hora da raiva a pessoa não pensa direito no que faz. Por isso que sou a favor do desarmamento. Evita tragédias. Pode não resolver o problema da violência, mas ameniza. A população faz sua parte optando pela proibição do comércio, mas o Estado também deve desarmar o bandido. É nossa parte também cobrar essa ação do governo.
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