Pedro é um executivo de muito potencial e com excelente formação acadêmica. Vindo de uma família de classe média alta, teve a oportunidade de estudar numa das melhores escolas de negócio do país. Estagiou numa empresa de consultoria internacional e, quando se sentiu satisfeito com o que tinha aprendido, partiu para fazer uma pós-graduação, também numa renomada universidade norte-americana. Ao terminar seu curso, voltou ao Brasil e logo foi recrutado por um banco internacional, onde exerce, há sete anos, a mesma função. A posição de Pedro é importante dentro da organização e fica logo abaixo da Diretoria da Área. Sua função possui valor semelhante às atribuições de um vice-diretor. Ele, porém, costuma dizer que é um "meio-diretor", ou um "meio-supergerente". Suas responsabilidades estão concentradas, fortemente, no suporte ao core business da empresa. Por seus serviços, Pedro recebe uma remuneração condizente ao mercado, além de muitos benefícios. Ao final de cada ano, por exemplo, ele é recompensado por seus préstimos e recebe uma bonificação polpuda. Sua realidade profissional está acima da média da maioria dos executivos e, por isso, Pedro considera-se um privilegiado. Recentemente, porém, o profissional precisou tomar uma decisão que mudaria os rumos de sua carreira. Pedro foi convidado a ocupar uma nova posição no banco que, embora subordinada à Presidência, teria menor visibilidade externa. A remuneração seria compatível com a atual, mas suas obrigações seriam maiores. A nova função exigiria de Pedro grande comprometimento, pois as possibilidades de erro eram maiores, uma vez que o profissional estaria embarcando em uma empreitada desconhecida para ele. Em contrapartida, a nova posição daria ao executivo a oportunidade de aproximar-se do presidente da empresa, o que poderia lhe valer outras promoções. Pedro, então, ponderou com cautela todas as implicações da transferência e, por fim, optou por rejeitar o convite. Ele considerou que, para sua carreira, a mudança não representaria uma ascensão, mas uma transferência paralela.
Assim, Pedro transmitiu ao presidente suas intenções futuras e os rumos que pretendia para sua carreira, deixando claro que a mudança de cargo não estava em seus planos de crescimento profissional.
A atitude honesta e objetiva do executivo repercutiu de forma positiva e a decisão de Pedro foi respeitada pela organização. A partir daquele momento, ele percebeu que os rumos de uma carreira são de responsabilidade única do profissional e que a empresa deve respeitar as escolhas feitas pelo indivíduo.
Muitos executivos, após uma esmerada e custosa educação formal, são absorvidos por grandes empresas, que os tratam com carinho e oferecem uma remuneração compatível com a do mercado. Esses profissionais costumam ocupar posições importantes, porém, muito diferentes de seus anseios e ambições.
A seguir, algumas dicas para os profissionais que pretendem tomar as rédeas de suas carreiras:
1. Fazer uma análise do tempo de profissão e descobrir se ainda há prazer nas funções exercidas. Avaliar se é possível conviver, nos próximos anos, com a cultura da organização atual.
2. Tentar descobrir com a chefia, ou junto ao Departamento de Recursos Humanos da empresa, qual a visão que a organização tem de você. Questionar possíveis promoções e saber como o seu potencial está sendo avaliado.
3. Se as dicas anteriores não lhe trouxerem resultados palpáveis, é o momento de atualizar o currículo e enviá-lo para a alguns headhunters, afim de verificar quais as suas chances no mercado.
4. Lembrar que o sucesso de sua carreira depende somente de você. As decisões e as escolhas que tomar durante sua vida profissional serão decisivas para um futuro tranqüilo e promissor.
SAIBA MAIS...Integração e respeito
A Valor Brasil foi criada, há dois anos, com o intuito de fomentar uma cultura empresarial que encoraje as pessoas a valorizar o trabalho dos excluídos.
Constituída, desde o início, para ser uma empresa com fins lucrativos e totalmente sustentável, a Valor Brasil conta com 20 funcionários, dos quais 85% são especiais.
Todos os profissionais receberam treinamento, registro em carteira de trabalho e uma possibilidade de inserção no mercado. A qualidade dos produtos confeccionados, bem como o comprometimento dos funcionários da Valor Brasil, ocasionou um aumento de 60% nas vendas de final de ano, destinadas ao Natal. A empresa, que confecciona sacolas promocionais, embalagens para presentes, aventais, uniformes descartáveis, entre outros itens, pretende incrementar, ainda mais, os negócios em 2005. Para tanto, a valor Brasil pretende contratar outros funcionários com necessidades especiais e mostrar à outras empresas que determinadas limitações não impedem o desenvolvimento pleno de uma pessoa.