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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Velloso disse neste domingo que, devido à dificuldade de transporte das urnas da região Norte, afetada por uma seca que deixou os rios sem condições de navegação, é provável que nem mesmo na segunda-feira sejam contabilizados todos os votos dos brasileiros.

- Tivemos problemas para levar as urnas, agora vai ser difícil tirar elas de lá - afirmou.

Velloso disse ter se surpreendido com a margem de diferença do resultado final da votação, mas preferiu não comentar a escolha dos eleitores pelo "Não".

- Eu não imaginava essa diferença tão larga. Na verdade, eu não imaginava quem venceria. Mas eu não examino o mérito da decisão do povo. O que o povo decide é soberano. Não interessa quem perdeu e quem ganhou. Interessa é que o povo foi às urnas e escolheu o que considerou melhor - afirmou o ministro.

Velloso informou que a votação ocorreu sem maiores transtornos. Das 323.368 urnas utilizadas, 2.800 tiveram de ser substituídas por apresentarem defeito - um percentual de 0,87% do total. Em 263 seções, ou 0,08% do total, o voto precisou ser feito de forma manual.

O presidente do TSE voltou a defender a realização de outros referendos no país. Para ele, um tema que poderia ser alvo de consulta à população é a possibilidade de abortar fetos anencéfalos (sem cérebro), assunto que foi debatido recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional.

- Vamos pedir mais referendos. É uma forma de tornar a democracia mais legítima - conclamou o ministro.

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