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Como nem sempre uma faculdade garante um bom emprego, muitos têm procurado os cursos de pós-graduação como uma ferramenta a mais para enfrentar a concorrência no mercado de trabalho. Mas para complementar o currículo e aumentar as chances, no entanto, é preciso fazer a escolha certa. E isso nem sempre é uma tarefa fácil.

Para saber como escolher um curso de qualidade, o Paraná TV desta segunda-feira (10) entrevistou o professor José Hamilton Berton, pró-reitor de pós-graduação do Centro Universitário Positivo (Unicenp).

Leia a entrevista na íntegra:

Paraná TV - Como saber se o dinheiro empregado está sendo um bom investimento e que o curso dará um bom retorno?

José Hamilton Berton – O candidato de pós-graduação deve mapear muito bem o que deseja de seu curso: se quiser um aprofundamento teórico, deve procurar um tipo de curso; se quiser um aprofundamento mais prático deve procurar outro e, principalmente, se quiser, através de seu curso de especialização, aprofundar um determinado tema ou corrigir alguma deficiência de seu curso de graduação.

Para quem está terminando a universidade, é necessário fazer um curso de pós-graduação logo depois terminar a graduação?

É bom analisar vários aspectos. Se o aluno já está trabalhando e quer manter sua carreira no futuro ou se ele já tem bagagem prática e maturidade suficiente para escolher seu curso de pós. Outra situação é a daquele estudante recém-formado que ainda não decidiu qual será sua carreira. Para este, eu aconselho que aguarde um pouco mais e que sinta melhor que carreira pretende seguir. A decisão de fazer um curso de pós-graduação deve vir após uma boa análise para seu plano de carreira.

Como saber se o curso escolhido é um curso de qualidade? O MEC tem alguma lista?

Não. O MEC não tem nenhuma classificação. Na graduação, nós temos o exame do Provão. Nos programas de pós–graduação (mestrado e doutorado) a Capes faz uma avaliação prévia e uma recomendação dos cursos. Nos programas de especialização, o MEC não interfere. Quem define o tipo de curso tem sido a própria instituição. Quem quiser fazer um curso, não vai encontrar no site do MEC nenhuma informação a respeito disso.

Isso complica um pouco, não é professor?

Se você olhar pelo lado do MEC, seria muito difícil cadastrar todos os cursos em um curto espaço de tempo. Nós temos, por exemplo, mais de mil cursos de especialização só em Curitiba, imagine no Brasil todo... A dificuldade é enorme para se fazer um registro e, principalmente, uma avaliação de todos esses cursos. Quem está avaliando os cursos de especialização é o próprio mercado de trabalho. E surge uma outra questão: como o estudante deve procurar o seu curso? Quando levamos nossos filhos para estudarem em um colégio, nós temos uma série de preocupações e escolhemos a que melhor se adapte aos nossos filhos. Essa mesma série de preocupação deveria ocorrer na hora de escolher um curso de especialização. Devemos visitar a instalação da instituição, verificar o que a escola está oferecendo, ver se ela tem infra-estrutura suficiente para manter um bom curso, perguntar sobre o corpo docente... Se o aluno quer um curso mais teórico, ele deve analisar se o corpo docente dá conta disso. Se ele quer com uma bagagem mais prática, é preciso ver se os professores são experientes.

Muito se fala hoje em MBA. Qual é o nível de pós-graduação desses cursos?

O MBA foi regulamentado no Brasil em 2001. Se lembrarmos a história americana, o MBA ele tem equivalência a um mestrado profissional. No Brasil, o termo MBA tornou-se um modismo. Em 2001, o MEC estabeleceu uma resolução dizendo que o MBA no Brasil é considerado um curso de especialização, dito, 'lato sensu', que tem como exigências mínimas: carga horária de 360 horas, 50% dos professores devem ser de mestres ou doutores e, ao final do curso, o aluno deverá apresentar uma monografia de conclusão do curso. Legalmente, o MBA é uma especialização.

Assista à reportagem em vídeo

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