O presidente da Varig, Omar Carneiro da Cunha, disse que até o fim do mês a companhia receberá US$ 48 milhões referentes à primeira parcela de venda da empresa de logística VarigLog. A companhia entrou na segunda-feira com um pedido na 8ª Vara Empresarial do Rio, dentro do processo de recuperação judicial, de autorização de venda de 95% das ações da VarigLog ao fundo de investimentos americano Matlin Pattersom Global Advisors.
A negociação foi feita pelo banco UBS, que está trabalhando para a Varig na captação de recursos. O valor da negociação é de US$ 100 milhões e a proposta de compra foi feita pela Velo, empresa brasileira pertencente ao fundo americano. A operação inclui ainda a antecipação de recebíveis para a Varig, no valor de US$ 50 milhões. A Varig vai ficar com 5% das ações como garantia ao fundo de pensão dos funcionários, o Aerus.
- Deduzidos o passivo da VarigLog e outras contingências, vamos receber, líquido, pela companhia, US$ 38 milhões. A operação é feita de forma conjunta com a antecipação de recebíveis de cartões Visa, no valor de US$ 50 milhões. Até o fim do mês, vamos receber US$ 38 milhões referentes ao valor da empresa, mais US$ 10 milhões de antecipação de recebíveis. Em seguida, mais US$ 40 milhões do restante dos recebíveis - afirmou.
Segundo ele, o dinheiro será usado para pagar dívidas com credores, sobretudo empresas de leasing, salários de funcionários e para a manutenção das aeronaves.
- Hoje, temos nove aviões fora de uso por problemas de manutenção. Este dinheiro dará fôlego de caixa à companhia nos próximos seis meses - afirmou Carneiro da Cunha.
O presidente da Varig disse ainda que outras propostas foram feitas para a compra da VarigLog, mas nenhuma se encaixava na necessidade imediata de dinheiro em caixa.
- Fizemos avaliações, contratamos um dos maiores bancos do mundo (UBS), consultamos diversas empresas interessadas e encontramos uma disposta a pagar dentro do prazo que a Varig precisa. A Varig fez o melhor negócio dentro da limitação de prazo, que está ligada ao nosso fluxo de caixa. Se tivéssemos que fechar negócio em dezembro, como uma empresa propôs, a companhia se tornaria inviável e já teríamos devolvido vários aviões.
Carneiro da Cunha afirmou que a Fundação Ruben Berta concordou com o princípio de venda mas, para seguir os processos da empresa, será convocada uma assembléia de acionistas para formalizar a aprovação.
Segundo o presidente da Varig, apenas a venda da VarigLog está confirmada. A empresa não pensa ainda na venda da Varig Engenharia e Manutenção (VEM).
- Com a venda da VarigLog, teremos mais tempo para avaliar a possibilidade de venda da VEM. Nosso objetivo não é vender inteiramente a VEM, talvez uma parte dela. Mas vamos analisar as propostas existentes - disse Carneiro da Cunha.