Tentar eliminar as barreiras à entrada no comércio on-line. Esse é um dos objetivos da Ninui (www.ninui.com.br), empresa que funciona como uma plataforma destinada à criação de negócios na internet. Especializada em mercados de nicho, como artesanato, produtos antigos e materiais de brechós, a Ninui tem um grande diferencial em relação a seus concorrentes do comércio na web: não cobra pelas transações feitas no site.Nascida há menos de um ano após um empréstimo de R$ 30 mil, adquirido na Caixa Econômica Federal, somado aos recursos próprios dos sócios Karine Rehavia e Roberto Andrade, a Ninui foi uma das vencedoras do Desafio Brasil Intel-FGV 2009, competição de novos negócios que teve mais de 140 projetos inscritos. Sem realizar ações de marketing, hoje a empresa já funciona como uma loja virtual para 870 vendedores.
A grande sacada do empreendimento, diz Karina, é não estabelecer barreiras para os vendedores na internet. "O Mercado Livre, por exemplo, é um portal onde se compra e se venda de tudo. A Ninui é diferente, é uma plataforma de negócios. A gente não restringe nossos usuários a fechar o negócio dentro do ambiente da Ninui. Eles fazem do jeito que quiserem", afirma Karina. Quem já usou o Mercado Livre sabe que o site não permite que o vendedor coloque um número de telefone para contato, por exemplo. Na Ninui não há esse tipo de preocupação porque o modelo de negócios do site se baseia em outras formas de receita, como canais corporativos e projetos institucionais.
É com esse diferencial que a Ninui planeja atrair cada vez mais vendedores e, consequentemente, compradores. Karina diz que espera também ajudar os comerciantes que hoje estão na informalidade. "Pensamos em criar o site quando observamos que o mercado informal no Brasil é muito forte. A Ninui surgiu aí, como uma oportunidade para quem não tem recursos tecnológicos e não quer passar por toda a burocracia de abrir seu negócio, mas que quer ter um espaço on-line", afirma ela.
O comerciante Marcelo Nogueira, de Curitiba, é um dos vendedores que hospeda seus produtos no site da Ninui. Além de manter pontos de venda em algumas lojas da capital, ele comercializa livros de arte na Ninui. "Procurei o site depois de ler uma reportagem na internet. Me interessei exatamente porque não me custava nada ter uma vitrine na web, além do que os meus produtos são de um mercado bem específico, então atrairia mais consumidores", diz ele.
A ideia do site agora é expandir os nichos em que atua. "A gente tem 200 nichos de mercados identificados. O próximo a entrarem no site são hobbys e música", afirma Karina. Ela também diz que não se preocupa tanto se vai ou não receber recursos de investidores, passo que costuma ser fundamental para o futuro das startups (empresas emergentes e inovadoras). "Já temos uma meta do que queremos do site e de como torná-lo rentável. O caminho é o mesmo, o que mudará, se vier investimento, é a velocidade com que vamos percorrê-lo", afirma.