A diminuição no ritmo de queda de preços dos alimentos explica o aumento do Índice de Preço ao Consumidor (IPC) em julho, que chegou a 0,30% - depois de uma deflação de 0,20% no mês anterior. Segundo o coordenador da pesquisa, Paulo Picchetti, diversos fatores têm levado à recuperação dos preços dos alimentos, que passaram de uma deflação de 1,39% em junho para uma deflação de 0,74% no mês passado. Além disso, julho teve grande variação de preços em itens como viagens e planos de saúde. O item recreação e cultura, que inclui viagens, apresentou alta de 3,78% no mês. Os preços dos contratos de assistência médica subiram 2,82%, em média.
- Na prática, os preços dos alimentos deixaram de compensar a alta registrada em outros grupos - disse o economista.
A estimativa para a inflação em agosto dependerá da manutenção ou não de liminar que suspendeu a cobrança da assinatura básica nos contratos de telefonia fixa. Se a liminar for cassada, a Fipe calcula que o IPC de agosto possa ficar em torno de 0,40%, dos quais 0,10 ponto percentual de contribuição do último reajuste autorizado para a assinatura básica. Na hipótese de a assinatura continuar a não ser cobrada, poderia ter deflação de até 0,60%. Neste caso, a contribuição no item telefonia para a queda da inflação total seria da ordem de 1 ponto percentual.
- Não seria uma deflação realista, do ponto de vista de um movimento natural de preços. Essa volatilidade dos indicadores acaba distorcendo a variação efetiva dos preços.
Sem o efeito liminar, a Fipe calcula que o IPC deva manter nos próximos meses variação média em torno de 0,30%. Se isso ocorrer, a inflação na cidade de São Paulo chegará a dezembro com variação entre 5% e 5,5%. A inflação acumulada de janeiro a julho é de 3,02%.
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