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Na Copa de 70 havia um jogador que além de ter uma habilidade excepcional com a bola tinha uma privilegiada visão de jogo, isto é, enxergava jogadas, onde elas pareciam impossíveis. Sorte dele de ter no mesmo time outros jogadores de igual talento que se deslocavam, atormentavam os adversários em posições estranhas, recebiam a bola na hora e no lugar certo e faziam os seus gols.

Este jogador, depois, vítima de um comercial infeliz para uma campanha de cigarro, trouxe até a pouco tempo a pena de levar vantagem em tudo. Estou falando, é lógico, do Gerson. Quem não se lembra das suas enfiadas de bola para Jairzinho, Pele ou Tostão. Ele tinha realmente a visão de todo o campo e criava jogadas impossíveis.

Tente pensar Curitiba sem a visão de Jaime Lerner a 30 anos atrás, pense como seria hoje a nossa cidade sem as intervenções que Jaime criou e produziu, como estaríamos hoje. Da pra pensar, quem acreditou, e acompanhou com entusiasmo o que o nosso então prefeito propunha. Pouca gente!

É comportamento nosso descartar quem traz boas idéias, é a nossa mania de olhar para o chão e não para cima, cheios de timidez, perdemos oportunidades incríveis, a ainda tentamos malhar quem esta propondo coisas melhores.

Olhe o anel de integração, vejam no mapa o seu desenho não parecem as pás de um liqüidificador, estas pás vão fazer girar o Paraná, vai recolher os ítalo gaúchos do sudoeste, os polacos germânicos de Curitiba, e os mineiros paulistas do norte do Paraná, vai girar tudo , fazer um verdadeiro milk shake genético, misturado daqui alguns anos, estaremos todos falando a mesma língua. Nosso estado foi colonizado de fora, entrada norte velho, pelos rios paranaense, entrada pelas fronteiras de Santa Catarina, como você pode ter uma população uniforme, sorte nossa, poderemos arrumar muita coisas se a gente souber trabalhar e acompanhar as jogadas do armador.

Milk shake

Onde esta a nossa capacidade de enxergar o gigantismo, uma idéia como a costa oeste, a coisa esta ai e até agora, não vi nenhum entusiasmo sobre o assunto. Nem as pessoas da região ainda estão sabendo do que se trata.

O paranaense tem o costume de receber as cosias sem o menor entusiasmo, se fosse em Minas ou no Rio Grande a instalação de um parque automobilístico do porte do que se propõe ou uma idéia como a costa oeste, o povo estava festejando nas ruas, os jornais estavam louvando o futuro, aqui não, todo mundo olha para o lado, e diz, nun muxuxo típico, aha é, interessante.

Será que Deus nos deu boas terras, bom clima, bons rios e uma situação geográfica econômica privilegiada e esqueceu de nos dar entusiasmo!!

Um Gerson sem uma boa equipe para receber bola e chutar para o gol não ganha campeonato. Ainda mais quando você tem alguns no jogo chutando contra ou dando tiro no pé.

Eloi Zanetti –eloizanetti@terra.com.br – autor do livro Administração, Futebol &Cia.

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