Atualizado em 24/10/2005 às 18h50
Os brasileiros votaram neste domingo contra a proibição do comércio de armas de fogo e munição no território nacional. Com 99,99% das urnas do Referendo do Desarmamento apuradas, a vantagem é do 'Não', com 63,94%, enquanto o 'Sim' tem 36,06%. Esta ampla vantagem de quase 30 pontos percentuais não foi prevista por nenhuma das pesquisas de intenção de voto. Os votos em branco somam 1,39% e os nulos, 1,68%.
A apuração já foi encerrada em 24 estados e no Distrito Federal. A contagem continua somente nos estados do Acre e Minas Gerais. A Região Nordeste foi a que deu a maior votação ao 'Sim' no referendo sobre a proibição da venda de armas: 42,50%, contra 57,50% do 'Não'. Já a Região Sul foi a que registrou o pior desempenho do 'Sim', com apoio de apenas 20,41% dos eleitores, enquanto 79,59% se pronunciaram pelo 'Não'.
Ainda sem o número oficial, mas com a vitória do 'Não' consolidada, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Velloso, preferiu não dar opinião sobre o resultado da consulta popular.
- O que o povo decide é soberano, é só isso o que eu posso dizer - declarou ele em entrevista.
Carlos Velloso elogiou as campanhas das duas frentes parlamentares e disse que gostaria de ver outros referendos sendo realizados futuramente no Brasil.
- Sou um adepto dos referendos, da democracia, do povo participando diretamente das decisões - afirmou.
ABSTENÇÃO - Na região Norte, onde tradicionalmente há mais eleitores faltosos, o percentual de abstenções deverá ser maior em comparação a anos anteriores, devido à dificuldade de locomoção da população. Com a seca, os leitos dos rios foram esvaziados e o transporte fluvial, vital para a região, ficou prejudicado.
A média percentual nacional observada no ano passado foi de 16,53% no primeiro turno. Em 2002, 17,74% dos eleitores deixaram de votar para presidente da República também no primeiro turno. Os números incluem quem não votou, mas justificou a ausência perante a Justiça Eleitoral.
O índice de abstenção observado agora é compatível com o registrado no segundo turno das eleições presidenciais de 2002, quando 20,46% dos eleitores não compareceram às urnas. Em 2004, foram contabilizados 17,28% de ausências no segundo turno.
Na opinião de Velloso, o universo de aproximadamente 20% de abstenção não pode ser considerado alto.
"Inicialmente, eu previ uma abstenção de cerca de 25% de votos, porque estava em jogo uma causa, não um candidato, que motiva mais. Felizmente, não chegou àquela previsão pessimista. Depois, achei que ficaria entre 15% e 20% e, no fim, ficou perto disso", observou o presidente do TSE.
"Na eleição do ano passado, (a abstenção) ficou em 12%. Mas são as eleições mais apaixonantes, as municipais, e em regra a abstenção é menor. Penso que ficando em torno de 20% não é muito, tratando-se de um referendo", completou.
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