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Você negocia o nome do seu cargo? Ele pode definir o seu salário

 | Pixabay/

Se alguma vez você se perguntou o motivo de ganhar mais (ou menos) do que outras pessoas que trabalham em cargos semelhantes ao seu, a resposta talvez esteja no título do seu trabalho e não na sorte, como se costumava acreditar. De acordo com uma pesquisa recente publicada pelo National Bureau of Economic Research (NBER), o título usado para descrever o cargo revela qualificações importantes para a vaga, o que, em grande parte dos casos, justificaria a diferença.

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O estudo, realizado pelos professores Ioana Marinescu e Ronald Wolthoff, tomou como base os dados da maior plataforma de emprego dos Estados Unidos, a CarreerBuilder.com, e mostrou que em 90% das vagas postadas o título usado foi capaz de explicar a diferença no salário oferecido. De acordo com a pesquisa, eles não são uma mera nomenclatura, na verdade, são importantes porque apontam quais habilidades, experiências e especializações são necessárias para aquele cargo.

Como resumiu a conclusão do estudo: “diferentes cargos na mesma profissão são, na verdade, posições fundamentalmente diferentes”. E isso justificaria a diferença salarial.

Exemplos

Um bom exemplo disso é o caso de vagas que incluem nos títulos a palavra “sênior” ou “júnior”. Aparentemente elas podem parecer ter a mesma função, mas, de acordo com a pesquisa, a presença da palavra “sênior” indica uma vaga que exige mais experiência ou um grau maior de especialização e, por isso, pagará um salário maior do que a vaga “júnior”.

Outro dado importante para a conclusão é que se fosse essencialmente a mesma função, apenas com salários distintos, a vaga mais procurada pelos candidatos seria a “sênior”, pois pagaria mais, porém, na prática, não é o que ocorre. De acordo com os resultados da pesquisa, vagas com títulos como “sênior”, “gerente”, “executivo” e “diretor” realmente pagam salários melhores, mas atraem menos candidatos no processo de seleção.

O que ocorre é que, intuitivamente, os candidatos já sabem que vagas com esses títulos demandam uma experiência maior e, por isso, procuram mais por oportunidades que tragam nomes como “coordenador”, “júnior” e “assistente”, que pagam menos, mas exigem menor grau de especialização.

Precedentes

Os resultados da pesquisa do NBER parecem simples, mas na verdade abrem caminhos importantes nos estudos na área. Primeiro porque comprovam que a sorte tem um papel pouco significativo para justificar as diferenças salariais, o que era uma crença bastante difundida pela literatura da área. Outro passo importante é que, com essa descoberta, novas pesquisas sobre o comportamento de quem está procurando emprego passam a olhar os títulos usados com maior cuidado, o que “sem dúvidas gerará conclusões interessantes”, como concluiu o estudo.

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