José Vicente Cordeiro, diretor de pós-graduação da FAE.| Foto: Divulgação

Estudar no exterior não é mais um sonho distante para quem procura uma especialização e um diferencial no mercado de trabalho. O número de cursos de pós-graduação que oferecem algum módulo fora do país cresceu e abriu um leque de possibilidades para quem procura algo a mais para seu currículo.

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As razões para investir nesse tipo de intercâmbio são as mais diversas, como aponta o diretor dos programas de pós-graduação da FAE, José Vicente Cordeiro. Segundo ele, a facilidade de participar de aulas fora do Brasil atrai desde quem quer aprimorar seu segundo idioma até quem procura novas experiências. E é a intensa troca de conhecimentos e a mistura de culturas que torna tudo mais interessante.

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“Além do currículo, a experiência é extremamente significativa. Quem estuda no exterior não volta o mesmo”, destaca o coordenador geral de pós-graduação na Unicesumar, Ludovico Bernardi. Com parcerias com a Harvard University e a Missouri State University, os módulos internacionais da instituição apostam na imersão do aluno na metodologia e nas pesquisas feitas nessas universidades, além de visitas assistidas a grandes companhias.

O aluno que procura esses cursos é aquele que quer se mostrar um profissional internacional.

José Vicente Cordeiro diretor de pós-graduação da FAE

Estratégia semelhante foi adotada pelo Núcleo de Estudos e Laboratório de Excelência em Serviços da UP, que leva os seus alunos à Disney para acompanhar os bastidores dos parques e hotéis da empresa. “O objetivo é fazer o aluno ter um olhar técnico para um destino habitual para que entenda os processos envolvidos e possa trazer isso para a sua empresa”, detalha a coordenadora Carolina Parolin. “É vivenciar aquilo de verdade.”

A PUCPR também oferece cursos com possibilidade de módulos no exterior. O MBA - Arquitetura Sustentável: Projeto e Ambiente Construído oferece intercâmbio com a universidade canadense Fanshawe College e dupla certificação. Já o MBA Executivo Internacional pode levar o aluno para estudar na University of California, em Los Angeles.

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Malas prontas

O funcionamento e os custos para a realização desses módulos variam de acordo com a instituição e o destino. Por serem opcionais, os valores não estão inclusos na mensalidade e precisam ser desembolsados quase como se fossem uma viagem internacional qualquer. A diferença é que, na maioria dos casos, a faculdade consegue melhores preços e pode até incluir algumas vantagens.

No caso da FAE, por exemplo, a ida aos EUA para acompanhar as aulas na Baldwin-Wallace University custa cerca de US$ 1.450, mas inclui hospedagem, alimentação, visitas técnicas e programação cultural. Já na ESIC, a média de preço é de US$ 1.600. Contudo, como aponta o coordenador de cursos de pós-graduação da escola de negócios, Alexandre Weiller, o retorno que esse investimento traz à carreira faz com que o custo-benefício quase sempre valha a pena.

Alta do dólar adia especialização fora do país

A valorização de 48% do dólar em 2015 assustou quem planejava fazer uma especialização no exterior. Carolina Parolin, da Universidade Positivo, conta que, embora a procura pelo Núcleo de Estudos e Laboratório de Excelência em Serviços da UP ainda seja alta, o valor da moeda americana fez muita gente pensar duas vezes antes de confirmar as aulas na Disney. “Ainda temos muitos alunos de outros cursos e até de fora da instituição procurando pelo intercâmbio, mas não há como negar que o preço do dólar fez com que alguns alunos desistissem dos planos”, explica a coordenadora, que diz ainda que a universidade está negociando condições para fazer com que essa viagem se torne mais atraente.

Mas esse impacto parece não ter atingido a todos. O coordenador de cursos de pós da ESIC, Alexandre Weiller, diz que a demanda não caiu porque o público que procura esses cursos planeja muito bem e com antecedência a viagem. “Quem quer estudar no exterior não vê isso como um gasto, mas um investimento em sua carreira. É um dinheiro que ele sabe que vai voltar”, conclui.