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Positivo aposta em celular mais barato

Fábrica da Positivo em Curitiba tem capacidade para produzir 80 mil celulares por mês, desde aparelhos de entrada de baixo custo até os mais sofisticados | Divulgação
Fábrica da Positivo em Curitiba tem capacidade para produzir 80 mil celulares por mês, desde aparelhos de entrada de baixo custo até os mais sofisticados (Foto: Divulgação)

Líder de mercado no Brasil no segmento de computadores, a paranaense Positivo Informática quer deixar de ser lembrada somente como uma fabricante de PCs para tentar ganhar espaço no concorridíssimo mercado de smartphones. A intenção é diversificar as receitas da empresa – as vendas de desktops da companhia caíram pela metade nos últimos quatro anos – e aproveitar o crescimento das vendas de celulares no país, que neste ano devem chegar a 64,9 milhões de aparelhos, segundo dados da consultoria IDC Brasil.

No primeiro semestre deste ano, a Positivo vendeu 165,8 mil smartphones e 60 mil features phones (celulares "tradicionais", sem conexão à internet) – em 2012, quando a empresa começou a produzir os aparelhos, foram comercializados 4,7 mil smartphones. Em um movimento que é chamado de uma "nova fase" pelos executivos da companhia, a Positivo verticalizou em junho a produção dos celulares (antes feita por terceiros) em sua fábrica de Curitiba, com capacidade para produzir 80 mil aparelhos por mês em três linhas de montagem.

A empresa tem hoje 10 linhas de celulares, com smartphones de entrada de baixo custo até aparelhos intermediários. O top de linha, o S480, sai a partir de R$ 599. O foco, reconhece a Positivo, está na classe média, mesmo público atendido pelos computadores. "Estamos colocando 100% da energia em celulares. A grande oportunidade de mercado vem desses aparelhos hoje. Queremos repetir em celulares o que fizemos com computadores", resume o vice-presidente de mobilidade da Positivo Informática, Norberto Maraschin Filho.

Sem mudança

Apesar da aposta nos dispositivos mobile, a empresa nega que haja uma mudança de foco em relação aos produtos. Oficialmente, a intenção é seguir investindo no mercado de PCs – principalmente notebooks, que continuam com vendas crescentes. Segundo o balanço do primeiro semestre da Positivo, os desktops continuam respondendo pela maior parte da receita líquida em hardware da companhia, o equivalente a 44% do total. Em 2010, porém, esse porcentual era de 57%.

O peso dos celulares neste bolo ainda é pequeno, correspondendo a apenas 2,6% do total da receita no primeiro semestre de 2014. O difícil será se fazer notar em um mercado dominado por grandes marcas estrangeiras, que concentram 92% do mercado no país – em outras nações emergentes, como a Índia e a Rússia, os celulares nacionais têm um market-share de 50%.

"No Brasil, a percepção de marca dos smartphones é algo muito forte para o consumidor, há poucas enraizadas na cabeça dele. O mercado hoje está consolidado em cima de seis marcas [Apple, Samsung, Nokia, LG, Motorola e Sony]. Qualquer outra fabricante, seja ela local ou não, está encontrando dificuldade para vender no país", afirma o analista de mercado da IDC Brasil, Leonardo Munin.

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