A redução da oferta de crédito, com a piora da crise internacional, e a alta do dólar levaram a fabricante de computadores Positivo Informática a um prejuízo de R$ 20,2 milhões no quarto trimestre de 2008 já ajustado pela subvenção de investimento. No mesmo período do ano anterior, a empresa havia registrado um lucro líquido de R$ 72,8 milhões.

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No ano, a Positivo totalizou um lucro líquido de R$ 154,2 milhões, 39,3% menor do que em 2007. A empresa fechou o ano com um aumento de 12,4% no faturamento líquido, para R$ 2 bilhões.

De acordo com a companhia, a piora do resultado deveu-se basicamente às despesas financeiras provenientes das perdas com a variação cambial nas importações de componentes e a necessidade de maior captação de linhas de capital de giro para fazer frente à elevação dos estoques. De acordo com a empresa, essas posições foram zeradas no primeiro trimestre de 2009. Segundo o presidente da Positivo, Hélio Rotenberg, a redução da oferta de crédito, da confiança do consumidor e a queda de preços dos televisores de plasma e LCD ajudaram a inibir a venda de computadores no país, incentivando também uma guerra de preços entre os fabricantes.

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A geração de caixa medida pelo Ebtida teve queda de 23,4% em 2008, para R$ 218 milhões. A empresa informa que vai investir R$ 41 milhões em 2009, 41,9% menos do que o aplicado em 2008, como forma de preservar seu caixa. "Do ponto de vista da rentabilidade, o mercado deve registrar melhora no segundo trimestre com recuperação a partir de junho."

Rotenberg aposta em ganhos de participação de mercado nos próximos meses, a exemplo do que ocorreu em 2008. O volume de vendas da marca cresceu 15,5% e totalizou 1,6 milhão de unidades em 2008, isolando a empresa na liderança de mercado, com 29,8% de participação no varejo. "A Positivo tem aumentado sua participação mesmo na crise."

No fim do ano passado, a Positivo chegou a receber uma proposta de compra da chinesa Lenovo – de R$ 18 por ação –, recusada pelos controladores da fabricante. Nesse início de ano, boatos em torno de uma nova oferta da multinacional asiática voltaram a movimentar o mercado. Rotenberg diz que Positivo e Lenovo voltaram a conversar, mas dessa vez para a formação de alianças estratégicas, como a compra conjunta de componentes. "Mas mesmo assim são conversas preliminares. Não houve mais negociação de compra e venda."