Assediado por interessados em adquirir diferentes ativos do grupo, o Positivo pode estrar prestes a vender sua universidade por algo entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões, segundo informações do jornal Valor Econômico, nesta quinta-feira (13). O grupo não nega ter recebido propostas, mas destaca que sua prioridade, no momento, é planejar a abertura de capital. Estariam na disputa os grupos brasileiros Estácio, Cruzeiro do Sul e Ser Educacional. O colégio e o sistema de ensino também podem ser vendidos para grupos nacionais da área de educação.
Além da Universidade Positivo, que fica em Curitiba , o segmento de ensino superior do grupo inclui a Faculdade Arthur Thomas, de Londrina. São cerca de 28 mil alunos ao todo. Em agosto, a agênca Reuters ventilou que Estácio, Ser Educacional e Somos Educacional haviam apresentado ofertas pela universidade por cerca de R$ 300 milhões de reais — metade do relatado pelo Valor.
Já a disputa pelos colégios da rede Positivo e pelo sistema educacional estaria entre os grupos Eleva, cujo principal acionista individual é o empresário Jorge Paulo Lemann, e a Arco Educação, segundo fontes do Valor.
Outra opção ventilada seria a abertura de capital somente do negócio de sistemas de ensino, tática adotada pela Arco Educação, que em setembro captou US$ 216 milhões em um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês na Bolsa de valores Nasdaq, nos Estados Unidos. O sistema de ensino alcança hoje mais de 867 mil alunos da rede privada e pública de todo o país.
Em nota oficial, o grupo reconhece que é aberto a receber ofertas de venda, sem citar diretamente os grupos (Cruzeiro, Estácio e Ser — ou Eleva e Arco) citados pela publicação econômica:
“Sempre estivemos abertos a ouvir propostas, desde que de interessados qualificados. Historicamente, esta sempre foi nossa postura, de abertura e diálogo com investidores, pois somos uma sociedade com vários minoritários e podemos ter interesse de parte do capital em alguma eventual proposta”
Mas ressalta que “atualmente, o nosso objetivo é abertura de capital, em 2019”.
Vale lembrar que as duas coisas não são excludentes. Em março deste ano, a possibilidade de se capitalizar com uma abertura de capital em Bolsa para o campo de educação entrou de vez no radar do grupo, que já tem experiência de abertura com a Positivo Tecnologia.
O assédio aos ativos educacionais do grupo se intensificaram depois que o Positivo passou a cogitar estratégias mais segmentadas para colégios, universidade e editora. Como resumiu o vice-presidente do grupo, Lucas Guimarães, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, em setembro:
“Se a gente for fazer a abertura de capital, o que a gente leva, será que leva o ensino superior junto com o ensino básico ou não, porque fica complexo demais, e o investidor gosta de coisa simlpes. Por outro lado, se eu levo tudo eu tenho uma plataforma mais completa, eu tenho uma oferta maior. Tem prós e contras.”
Na ocasião Guimarães, que é membro de uma das seis famílias acionistas da empresa, destrinchou os processos de avaliação de propostas, que precisam conciliar interesses de todos os acionistas, Além das famílias, cada uma representada por uma holding independente, são mais de 20 pessoas físicas na sociedade da empresa. Daí a postura de “cabeça aberta”.
“A gente está reativamente ouvindo propostas de compra e proativamente buscando a abertura de capital”, explicou Guimarães.