Maringá e Curitiba - Postos do interior do Paraná passaram a racionar a venda de gasolina. Em Londrina, alguns estabelecimentos chegaram a ficar sem produto nos últimos dias, e há risco de que falte novamente. A situação fez o preço do litro subir R$ 0,10 apenas nesta semana, e há postos cobrando R$ 2,89 por litro. Em Cascavel (Oeste), os preços chegam a R$ 2,99.
Segundo o vice-presidente do Sindicombustíveis-PR (representante dos postos) no Norte do estado, Durval Garcia, a explicação está na escassez e no consequente encarecimento do etanol, o que motivou os donos de carros flex a "migrar" para a gasolina. "Antes vendíamos 55% de álcool e 45% de gasolina. Hoje vendemos 90% de gasolina e 10% de álcool", diz Garcia. Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, postos relatam queda de 70% nas vendas de etanol.
Na quarta-feira, quatro estabelecimentos de Campo Mourão (Centro-Oeste) ficaram mais de uma hora sem gasolina. Em Foz do Iguaçu (Oeste), postos que antes reabasteciam o estoque de álcool a cada dois dias passaram a fazê-lo uma vez por semana. "Até dezembro, o pedido de gasolina era feito no máximo duas vezes por semana. Desde janeiro, passou a ser todos os dias", diz Ronaldo Avelino da Silva, gerente do Posto Azteca. Em Maringá (Noroeste), empresários admitem a possibilidade de faltar gasolina. "Nesta semana pedi 10 mil litros para a distribuidora, mas enviaram apenas 5 mil", conta a gerente de um posto.
Curitiba
Embora não haja relatos de racionamento, nas últimas semanas já houve episódios de a gasolina chegar ao fim em alguns postos de Curitiba. Na capital, o preço médio é de R$ 2,68 por litro, variando de R$ 2,55 a R$ 2,80, conforme levantamento informal feito pela Gazeta do Povo na tarde de ontem. Há duas semanas, o custo médio do combustível era de R$ 2,59.
O preço médio do etanol, por sua vez, subiu de R$ 2,21 para R$ 2,30 por litro no mesmo período. Nos 30 postos consultados pela Gazeta, os preços atuais variam de R$ 2,09 a R$ 2,40 por litro. Na comparação com os preços médios apurados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em março de 2010, o etanol está 47% mais caro neste ano e a gasolina, 12%.
Etanol escasso
Como a gasolina leva 25% de álcool, seu preço é influenciado pelos reajustes do derivado da cana. O governo federal, que vem descartando alterar essa mistura, espera que a escalada dos preços do combustível termine em até 20 dias, conforme avance a colheita da cana.
Segundo Miguel Tranin, presidente da Alcopar (representante dos usineiros), 11 das 30 usinas de álcool do estado já estão produzindo. "Só não está numa velocidade melhor porque estamos com um problema climático [muita chuva]. De qualquer forma, a queda do preço do álcool em algumas usinas já chega a R$ 0,20 por litro."
No médio e longo prazo, no entanto, a perspectiva de oferta não é muito animadora. A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) disse ontem que as usinas só têm condição de garantir o abastecimento de 45% da frota de carros flex. "Isso poderá acontecer porque a velocidade do crescimento da demanda prevista para os próximos anos é maior que a velocidade do incremento da oferta", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Colaboraram Fábio Guillen, da Gazeta Maringá; Amanda de Santa, do Jornal de Londrina; Fabiula Wurmeister, da sucursal de Foz do Iguaçu; Maria Gizele da Silva, da sucursal de Ponta Grossa; Luiz Carlos da Cruz, correspondente em Cascavel; e Dirceu Portugal, correspondente em Campo Mourão.
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