No mercado atual de trabalho, é comum o quadro de funcionários ser bastante enxuto e com isso a ausência de um deles pode desequilibrar o trabalho. Em algumas empresas, no entanto, os cargos se assemelham e não é raro uma pessoa poder substituir outra sem grande dificuldade o que elimina a principal "desculpa" para não tirar férias.
De uma forma ou de outra, os funcionários se tornam "reféns" da cultura da empresa em que trabalham. Se ela for mais humanista, tenderá a valorizar o tempo livre e os limites de cada empregado. Já as conhecidas como mecanicistas que são em maior número priorizam o resultado do trabalho em detrimento da qualidade do ambiente de trabalho.Apesar de haver empresas que pressionam para que ninguém se ausente por muito tempo, a consultora Dumia de Oliveira considera mais comum o próprio funcionário evitar as férias do que a empresa relutar em concedê-las. "As organizações de forma geral perceberam a utilidade das paradas, Elas tornam o funcionário mais produtivo", diz. "Não tenho dúvida de que para a empresa é melhor não ter um workaholic [viciado em trabalho], porque será uma pessoa que tenderá a respeitar menos o outro."Já o professor de psicologia da PUC, Ulisses Natal, acredita que a recusa por esses "loucos por hora extra" seja apenas um discurso. "Na prática a empresa quer alguém que se dedique de corpo e alma o tempo inteiro."No futuro, ele acredita que a maior qualificação e novas tecnologias permitirão a um número maior de pessoas trabalhar em casa, hoje privilégio de uma minoria. "Mas, nesse momento, tem-se uma nova dificuldade, que é saber separar o trabalho da vida pessoal." (HC)