A Potássio do Brasil, empresa brasileira com sócios locais e internacionais, confirmou nesta segunda-feira o potencial para potássio de classe mundial na bacia Amazônica, onde poderão ser descobertas "múltiplas jazidas", segundo comunicado da empresa.
A confirmação foi realizada pela perfuração PB-AT-11-09, que interceptou minério de potássio com teor de 39,94 por cento KCl (cloreto de potássio) e espessura de 1,82 metro a uma profundidade de 843,08 metros em Autazes, no Estado do Amazonas. Segundo a empresa, esse mesmo intervalo inclui uma zona mais rica, com 1,59 metro de espessura e teor de 44,52 por cento KCl.
Sócios da Potássio do Brasil, reunidos na mineradora Falcon Metais, venceram em 2008 uma licitação da Petrobras para exploração de Fazendinha. Mas o processo foi interrompido pelo governo na época sob alegação de que a política para o setor seria revista, o que não foi feito até hoje.
Enquanto aguardavam a decisão do governo, alguns sócios da Falcon --brasileiros, canadenses e australianos-- adquiriram outros direitos minerários na região. E logo na primeira perfuração da área obtida junto ao Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), a Potássio do Brasil comprovou o potencial de grande porte da mina.
Na época, a empresa pensava em fazer uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) para obter os recursos necessários para desenvolver seus negócios, operação agora adiada para até o último trimestre de 2012.
A estimativa da Potássio é de que sejam necessários de 3,5 a 4 bilhões de dólares para produzir anualmente 4 milhões de toneladas de cloreto de potássio.
"A empresa atualmente está em processo de captação de recursos da ordem de 100 milhões de dólares junto aos seus atuais acionistas e outras instituições tanto no Brasil quanto no exterior", informou em nota.
A Potássio do Brasil disse ainda que pretende contratar novas sondas para acelerar a definição dos recursos minerais desta jazida e testar outros alvos na bacia Amazônica.
"A definição do recurso mineral está prevista para ser concluída no segundo trimestre de 2012", informou.
O Furo PB-AT-11-09 está localizado a aproximadamente 1,8 quilômetro a sudoeste do primeiro furo na região, o PB-AT-10-02. Ambos estão localizados no município de Autazes, no Estado do Amazonas, a cerca de 10 quilômetros a norte da jazida de potássio de Fazendinha, da Petrobras.
O governo brasileiro luta para reduzir a dependência de fertilizantes importados do país. No caso do potássio, um dos nutrientes utilizado na produção de fertilizantes, o país importa cerca de 90 por cento da demanda anual.
Recentemente a Petrobras prorrogou a concessão de uma jazida de potássio para a Vale, em Sergipe, e estuda o que fazer com as outras concessões minerais detidas pela petroleira, como Fazendinha e Arari, próximas aos ativos da Potássio do Brasil na Amazônia.
O presidente da Petrobras disse em entrevista à Reuters em julho que essas áreas deverão ser arrendadas a terceiros.
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