O Paraná tem potencial para dobrar sua área de florestas plantadas em 20 anos, mas para isso precisa de uma política de incentivos para o setor florestal, que emprega 150 mil pessoas e responde por 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. A opinião é do presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Carlos Mendes (foto). Há pelo menos dez anos a área de florestas plantadas continua praticamente a mesma no estado, de 800 mil hectares. Como fazer o setor crescer e atrair novos investimentos é um dos temas do 4º Congresso Florestal Paranaense, que será realizado de 10 a 14 de setembro em Curitiba. O presidente da Apre, uma das entidades que promove o evento, conversou sobre o assunto com a repórter Cristina Rios.
O setor florestal já foi mais representativo na economia do Paraná. O que falta para ele deslanchar?
Estamos há uma década com praticamente a mesma área de florestas plantadas. O setor precisa de incentivo, como prorrogação de prazo de pagamento de ICMS. Além disso, é necessário investimento em infraestrutura, não apenas nas principais vias, mas também nas estradas vicinais, por onde a madeira e seus derivados são escoados. Já perdemos investimentos para outros estados por conta da falta de uma política mais efetiva.
O Paraná tem potencial para dobrar a área de florestas em 20 anos. Existe a possibilidade de surgirem novos polos do setor, além dos Campos Gerais?
A região Noroeste, onde já existe uma indústria moveleira consolidada, tem potencial para se tornar um novo polo. Mas para isso é preciso dar condições para esse setor se desenvolver.
O setor também vive, há dois anos, uma outra restrição, a proibição da compra de terras no Brasil por estrangeiros. Ela afetou os negócios?
Sim, perdemos vários investimentos. O assunto está sendo rediscutido no âmbito da Advocacia Geral da União e do Senado Federal. A questão que precisa ficar clara é que, no setor florestal, não se trata de um país comprando terras no Brasil. São empresas que têm fábricas aqui, geram empregos aqui e vendem seu produto aqui.
O setor dá sinais de retomada de investimentos?
Sim, além da Klabin (que está investindo R$ 6,5 bilhões em uma nova fábrica em Ortigueira), o setor tem projetos novos da Arauco, a possibilidade de expansão da Masisa, ambas na área de painéis de madeira.
Quais os principais segmentos do setor florestal no estado?
Temos a produção de papel e celulose, painéis, chapas e compensados, tora e madeira serrada. Hoje 35% da madeira produzida vai para produção de energia nas próprias empresas do setor, em cooperativas e em pizzarias, padarias e churrascarias.
O setor de madeira serrada e compensado sofreu muito com a crise nos Estados Unidos, em 2008 e 2009, com o recuo na construção naquele país. Várias empresas fecharam as portas. Há alguma recuperação?
Por enquanto ainda não. As empresas ainda não recuperaram o mercado externo. A saída é tentar vender esse tipo de produto no Brasil, mas é necessário uma mudança cultural por aqui, que deve levar tempo, que é popularizar o uso desses materiais na construção brasileira.
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Mercado piloto
O Paraná testa com sucesso novos modelos de negócios. Uma das poucas empresas brasileiras de hotelaria que trabalha com o sistema de franquias é a Rede Hotel 10, de Joinville (SC). Curitiba foi a primeira praça a receber o empreendimento, em 2004. Hoje, há franqueados em União da Vitória, Itajaí e Joinville (SC), São Leopoldo (RS), Dourados (MS), e obras iniciadas em Aparecida de Goiânia (GO), Blumenau (SC), Palmas (TO) e Ponta Grossa (PR).
O custo de cada unidade franqueda pela HDez Empreendimentos é de aproximadamente R$ 10 milhões, para construção de hotéis de categoria econômica em áreas de pelo menos 3 mil metros quadrados.
Golpe de aluguel globalizado
Um novo tipo de estelionato chegou ao Rio de Janeiro, com potencial para se espalhar pelo país empurrado pelo aquecimento do mercado imobiliário. Reportagem desta semana do jornal O Globo conta que os golpistas oferecem imóveis para alugar a preços muito baixos. Como todo golpe, quem o aplica joga com a ingenuidade, mas também com a ganância dos interessados.
Funciona assim: num site de classificados, um anúncio oferece imóvel de alto padrão no Rio, como uma cobertura na Labora Rodrigo de Freitas, ao preço de R$ 900 por mês. O endereço pode ser real, mas as fotos são apenas uma isca. O anunciante mora fora do país e afirma que deseja apenas manter o imóvel ocupado, por isso cobra pouco. O sinal deve ser enviado para um site "de confiança" e o dinheiro ficará bloqueado até o locatário receber as chaves.
Dito assim, parece improvável que alguém se torne vítima. Mas o golpe é bem sucedido não só no Brasil. Na internet, é possível encontrar relatos de vítimas que dizem ter pago o aluguel em países como Suíça, Espanha, Inglaterra e Finlândia.
Ponto eletrônico
Seis milhões de micro e pequenas empresas ativas no país devem implantar o ponto eletrônico a partir desta segunda-feira. A portaria do Ministério do Trabalho isenta apenas as empresas com até dez empregados. As demais terão 90 dias de orientação, sem receber multa, para se adequarem. O trabalhador deve receber um comprovante impresso. O objetivo da medida, que gerou muita polêmica, é aumentar o controle da jornada e inibir o excesso de horas trabalhadas.
Essa é a terceira e última etapa de implantação do novo ponto, que começou em 2 de abril, depois de cinco adiamentos. Além de queixar-se do excesso de burocracia, as empresas reclamavam do preço do aparelho. Há 66 modelos registrados no ministério e eles custam em média R$ 2,8 mil.
Sem açúcar
Não deixa de ser engraçado: a Torrent do Brasil está lançando um medicamento similar o Pioglit (pioglitazona) para o controle do diabetes tipo 2. Sabe onde? Em Gramado, a terra do chocolate no Brasil. É neste fim de semana, em congresso do setor.
Novo diretor para a Oi
O administrador Flávio Augusto Gomes, de 45 anos, é o novo diretor de mercado corporativo da operadora de telefonia Oi para a regional Sul, que inclui o Paraná.
Louça Nova
Quem passar o feriadão da Independência em casa, na capital e região, poderá visitar a 22.ª Feira da Louça em Campo Largo, no tradicional Ginásio da Rondinha. O evento, que inclui a 13.ª Feira de Decoração e Artesanato, começa no dia 5 e vai até 16 de setembro. O valor do ingresso é simbólico (R$ 3) e há praça de alimentação no local.
Beleza itinerante
O Boticário botou o pé na estrada com um estúdio itinerante de maquiagem da linha Intense. A van apresenta os produtos da linha Intense para consumidoras de nove capitais, começando amanhã por São Paulo. Em Curitiba, a "blitz da beleza" passa entre 10 e 14 deste mês.