Rua da Praia, em Paranaguá. Para quem quer investir na cidade, a dica é apostar na vocação histórica e na estrutura já existente para incrementar os esportes naúticos| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

16 navios de passageiros, de quatro diferentes companhias, são esperados para promover as chamadas paradas técnicas na próxima temporada em Paranaguá. No ano passado, foram realizadas quatro, como forma de testar a vocação da cidade como passagem de cruzeiros e passeios náuticos.

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Programação

De economia criativa à segurança, pauta de evento é variada

A grade da programação do Festival de Turismo do Litoral está concorrida. Entre palestras, seminários, oficinas e fórum, são 11 apresentações diferentes, com debates que envolvem oportunidades de negócio, estratégias de investimento, políticas públicas e ferramentas de gestão. "Procuramos ajustar os temas tratados às carências da região e às nossas potencialidades", explica o coordenador do evento Carlos Gnata, da Agência de Desenvolvimento de Turismo Sustentável do Litoral do Paraná (Adetur). As exposições são abertas ao público, que também pode conferir mostras gastronômicas e apresentações culturais.

A economia criativa, conceito consolidado nos anos 1990, que privilegia a autoestima do indivíduo na construção do desenvolvimento social, será tema da palestra da administradora pública Ana Carla Fonseca Reis, de Recife. "Lidar com arte é uma das ferramentas para estimular a recuperação de áreas degradadas e tornar a cidade mais efervescente", diz.

O desenvolvimento social proporcionado pelo fomento ao turismo estará nos debates do Fórum de Seguridade no Turismo, conduzido pela Associação Internacional de Jornalistas e Escritores Latinos de Turismo, com a participação de 15 profissionais da Argentina e Uruguai. "As discussões vão abordar desde a segurança no turismo, até a economia como uma ferramenta de inclusão social para melhorar a comunicação e segurança", explica Gnata. (APF)

Serviço

Festival de Turismo do Litoral – De 16 a 19 de agosto, no Center Port, Avenida Coronel José Lobo, 711 – Oceania – Paranaguá. Informações sobre a programação no site www.festivaldolitoral.com.br

Terreno onde será construído o hotel Ibis de Paranaguá

A estratégia para transformar o potencial do Litoral do Paraná em produto turístico rentável está saindo do papel, com novos investimentos no setor. As obras de um resort com 150 unidades, em uma área de 120 mil metros quadrados, na região de Porto de Cima, em Morretes, devem começar no início de 2013. Dirigido ao público AB, o hotel é resultado da associação entre um grupo canadense e um empresário local, ainda mantidos sob sigilo. O resort deve estar funcionando em 2014, como opção de lazer e hospedagem para uma parte dos 508 mil turistas esperados para Curitiba e região, durante a realização do Mundial de futebol, conforme pesquisa realizada pela consultoria Ernest & Young, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

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Além do projeto do resort em Morretes, há o Centro de Eventos da cidade, a revitalização do Mercado de Antonina e os projetos estruturantes, mais concentrados em Paranaguá, como o Aquário Marinho e o Terminal de Passageiros no porto. A rede Accor vai construir na cidade um hotel da bandeira Ibis, com 88 apartamentos, em um investimento de R$ 8,8 milhões, que deve operar a partir do segundo semestre de 2013. Empresas como a Havan (com geração de 200 empregos diretos) e a varejista mexicana Coppel já abriram lojas na cidade. As Americanas também estão em processo de consulta na prefeitura para instalar uma filial. "Um dos grandes equipamentos inaugurados no último ano foi o Sesc Caoibá. Além de opção de hospedagem, a unidade do Sistema Fiep ajuda na formação de mão de obra no setor, uma carência história na região", diz o presidente da Fundação Municipal de Turismo de Paranaguá, Luiz Fernando Gaspari de OIiveira Lima.

Visão

Os novos empreendimentos turísticos na região estão alinhados com o estudo Oportunidades de Negócios no Litoral do Paraná, realizado pelo Sebrae em 2010 e que vem sendo divulgado desde o ano passado. O levantamento, realizado junto a operadores de turismo, agentes de viagens e turistas, aponta nichos de mercado na área de turismo que terão boa demanda nos próximos anos, para cada um dos sete municípios envolvidos na pesquisa.

Para Paranaguá, o turismo náutico é apontado como uma das principais vocações. O Grupo de Trabalho (GT) Náutico – que envolve instituições locais públicas e privadas – está montando um documento, chamado de Navega Paraná, com as diretrizes para os empreendedores. O projeto será apresentado na abertura do Festival de Turismo do Litoral, que começa hoje, 16 de agosto, e vai até domingo, em Paranaguá. "O Navega Paraná é um projeto piloto para o país. Vai orientar a exploração do turismo náutico aqui no Paraná", diz o coordenador do festival Carlos Gnata, da Agência de Desenvolvimento de Turismo Sustentável do Litoral do Paraná (Adetur). Ainda dentro do segmento, o Festival vai apresentar os avanços nas negociações com armadores para atracação de navios de passageiros em Paranaguá. No ano passado, foram quatro paradas técnicas. Para a próxima temporada, a expectativa é que sejam 16, de quatro diferentes companhias.

O evento está na sua segunda edição e também tem características inéditas em relação a outros festivais semelhantes no país. Aberto ao público em geral, faz a exposição dos municípios litorâneos e dá oportunidade a empresários locais obterem qualificação. O objetivo é mobilizar o tripé – população, governos e empresários – para discutir o Litoral como região de potencial turístico e de desenvolvimento econômico.

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"Potencial não gera riqueza. O que rende dinheiro é transformar isso em produto turístico", aponta o consultor Aldo Carvalho, coordenador do Programa Estadual de Turismo do Sebrae. "O que queremos aqui é fomentar o espírito de iniciativa", diz. Para ir além do turismo de sol e praia, restrito à temporada, o estudo do Sebrae sugere a exploração ordenada do maior insumo do litoral paranaense: a natureza bem preservada. "Esses segmentos não comportam o turismo de massa. Tem de ser controlado, com conservação do meio ambiente, para que as atividades não degradem o principal produto. A fragilidade ecológica da região não é limitante. É um fator positivo para um turismo selecionado, de qualidade", diz.